Cancro da mama: 64% dos doentes sente falta de apoio

Estudo da Sociedade Portuguesa de Oncologia revela que 64% dos doentes de cancro da mama sente que não tem o apoio social nem a prestação de cuidados de saúde adequados. Médico e Internet são as principais fontes de informação para o doente.

Dia Mundial de Prevenção do Cancro da Mama, dia para refletir sobre a doença.
Dia Mundial de Prevenção do Cancro da Mama, dia para refletir sobre a doença. Foto: Rosa Pinto/arquivo

Um estudo realizado a doentes portugueses com cancro da mama, pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), com o apoio da farmacêutica Novartis, revela que 64% dos doentes que responderam ao inquérito sente que não tem o apoio social nem a prestação de cuidados de saúde adequados.

O inquérito, ‘Cuidados de saúde em Oncologia: a visão dos doentes’, lançado pela SPO no âmbito do Dia Mundial de Prevenção do Cancro da Mama, que se assinala a 30 de outubro, permitiu analisar “a perceção dos doentes com cancro da mama em relação aos cuidados de saúde prestados nesta área, principais dificuldades e acesso à informação sobre a patologia.”

Doentes sentem falta de apoio e cuidados de saúde adequados.

Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, referiu, citada em comunicado da SPO, que “o facto de os doentes terem apontado como principal aspeto negativo a falta de apoio social” preocupa a SPO. A especialista lembra que “o cancro da mama é relativamente frequente em mulheres profissionalmente ativas, muitas vezes com filhos pequenos ou com pais a cargo, e sentem que o apoio social é uma vertente importante no percurso de tratamento.”

A presidente da SPO espera que a atual condição dos doentes “despolete na sociedade a necessária adoção de medidas que melhorem a realidade dos doentes com cancro da mama com impacto na qualidade de vida, assim como melhor acesso a informação específica sobre as várias fases da doença.”

O inquérito que foi realizado entre 18 de setembro e 8 de outubro de 2017 por participação livre, em plataforma online, de indivíduos de ambos os sexos, doentes ou pessoas com antecedentes de doença oncológica, residentes em Portugal, teve 333 participações, das quais resultou uma amostra de 181 doentes com cancro da mama.

Do inquérito verifica-se que o aspeto mais valorizado no tratamento é a eficácia, com 43%, em detrimento do custo, cuja percentagem é de apenas 1%. O medo como o principal sentimento após o diagnóstico de cancro da mama foi manifestado por 77 dos participantes e o medo, seguido da tristeza teve 22 respostas.

Médico e Internet são as fontes de informação para o doente.

A maioria dos doentes, ou seja, 86% reconhece que “o médico os inclui nas decisões relativas ao tratamento, e que este é a principal fonte de informação quando têm dúvidas”, indicou a SPO, e “a internet é a segunda fonte de informação mais procurada, sendo que 30% dos inquiridos respondeu que recorre a esse meio para esclarecer questões relacionadas com a doença ou o tratamento.”