O Cancro do endométrio é a neoplasia ginecológica mais frequente em Portugal, com cerca de 1400 novos casos anuais, e o quinto tumor mais comum entre as mulheres portuguesas, indica o último registo do Global Cancer Observatory (GLOBOCAN).
Para Cláudia Fraga, Presidente da Associação MOG – Movimento Oncológico Ginecológico, o cancro do endométrio continua a ser pouco falado entre a população feminina e isso “contribui para o baixo nível de conhecimento sobre a doença”.
Para contribuir para um melhor conhecimento sobre a doença a Biofarmacêutica GSK em parceria com a MOG, a EVITA – Cancro Hereditário, e o apoio institucional da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, da Sociedade Portuguesa de Oncologia e da Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa lançam, em conjunto, no âmbito do Dia Mundial dos Cancros Ginecológicos, que se assinala a 20 de setembro, o Guia: “O que precisa de saber sobre o cancro do endométrio”. Um Guia online que reúne informação sobre o cancro, os seus sintomas, meios de diagnóstico e tratamento.
“As mulheres já diagnosticadas a adquirirem conhecimentos e ferramentas que as guiem na sua jornada e lhes permitam enfrentar o processo com a melhor qualidade de vida possível. É crucial saber o que perguntar e discutir com os especialistas e as equipas médicas, bem como conhecer os cuidados multidisciplinares a que devem ter acesso, incluindo o apoio emocional e psicológico”, referiu, citada em comunicado da GSK, Cláudia Fraga.
“Antes de mais, é importante compreender o que é o endométrio. Do aparelho reprodutor feminino faz parte o útero, um órgão com o tamanho e a forma de uma pera invertida, formado por uma fina camada exterior chamada serosa, uma camada muscular intermédia chamada miométrio e um revestimento interior que se chama endométrio, um tecido que sofre transformações cíclicas durante a vida fértil (entre a primeira menstruação e a menopausa) devido a efeitos hormonais (de estrogénios e progesterona)”, explicou, citada em comunicado, Mónica Nave, Médica Oncologista.
Como acontece com todos os órgãos do corpo humano, o útero – incluindo o endométrio – é constituído por células que passam por diversas alterações ao longo da vida, e como explicou Mónica Nave, “habitualmente, este processo de transformação, incluindo crescimento e multiplicação, é altamente ordenado através de mecanismos rigorosos de controlo. No entanto, em determinadas situações, quando o processo deixa de ser controlado, as células podem multiplicar-se. Este é o princípio básico de aparecimento do cancro, nomeadamente do cancro do endométrio”.
A GSK indica que a doença afeta, principalmente, mulheres após a menopausa, e por isso, um dos sintomas mais comuns, a hemorragia vaginal pós-menopausa, representa um sinal de alarme a que é preciso dar a devida atenção, para que possa haver um diagnóstico ainda numa fase precoce, ou seja, numa fase em que o tumor ainda está localizado.
A Presidente da MOG alerta para a importância de as mulheres não desvalorizarem os sintomas, que incluem também menstruação mais abundante que o habitual, hemorragia fora do período menstrual, dor pélvica e corrimento vaginal anómalo e persistente.
“É preciso insistir neste aspeto: qualquer perda de sangue anormal, principalmente após a menopausa, tem de ser sujeita a avaliação médica. Quanto mais cedo for detetado, melhor será o resultado do tratamento”, relevou Cláudia Fraga.
Mas a Presidente da MOG reforça que uma forma de prevenção de grande importância é o manter um estilo de vida saudável, e que isso inclui “uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico regular, tentando, assim, manter um peso saudável, já que entre os fatores de risco para este tumor estão os hábitos de vida pouco saudáveis e a obesidade.” Em qualquer caso, não deve haver hesitação e deve ser consultado um médico.














