Argamassa biorecetiva para construções sustentáveis

Grupo de investigadores, em Coimbra, está a desenvolver uma argamassa biorecetiva ao musgo para fachadas vivas. Uma inovação no sector da construção sustentável. O objetivo é contribuir para uma alternativa, mais económica e ecológica às fachadas vivas tradicionais.

Argamassa biorecetiva para construções sustentáveis
Argamassa biorecetiva para construções sustentáveis. Foto: DR

Investigadores no Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade (ITeCons), da Universidade de Coimbra, estão a desenvolver um tipo de argamassa que revela ser recetiva à inoculação e crescimento de musgos. A argamassa aumenta a qualidade ambiental das cidades e da eficiência energética dos edifícios, assim como melhora o conforto térmico e acústico das construções, através de um sistema de fachadas vivas.

Na base do projeto para uma construção mais sustentável está a modificação das argamassas convencionais para aumentar a biorecetividade a organismos vivos e transformá-las em substrato para o desenvolvimento de vegetação. Neste caso, a argamassa com musgo surge como uma solução de revestimento verde que otimiza a sustentabilidade ambiental das fachadas aumentando a eficiência energética, e diminuindo a necessidade de manutenção e de irrigação.

Para Maria Inês Santos, investigadora no projeto, “este novo tipo de argamassa, biorecetiva e propícia ao crescimento de musgos, potencia a conceção de fachadas verdes mais simples, económicas e de baixa manutenção”, e esclareceu: ”O desenvolvimento da investigação científica trará vantagens do ponto de vista ambiental e ecológico, como a captação de CO2 e a redução de consumo energético devido ao melhor isolamento térmico dos edifícios, mas também ao nível económico e social, tratando-se de uma solução menos dispendiosa e mais acessível a um maior número de pessoas.”

O projeto vai passar por uma fase de conceção e formulação das argamassas biorecetivas ao crescimento de uma macroflora, como o musgo. É feita uma seleção das espécies de musgos mais adequadas, seguindo-se a aplicação em modelos de paredes, onde vão ser realizados ensaios mecânicos e físicos, bem como a avaliação de parâmetros fisiológicos.

O projeto é realizado em parceria com a empresa Primefix – Colas e Argamassas Técnicas Lda, e deve formular novas argamassas biorecetivas, com potencial de mercado. Este foi um dos 15 projetos que recebeu uma das Bolsas de Ignição financiadas pelo INOV C 2020. As bolsas são suportadas por fundos do FEDER com o objetivo de “alavancar ideias de empreendedorismo e inovação a nível nacional.”