Centro de I&D do Norte de Portugal e da Galiza cria mais de 30 novos materiais

Projeto Valornature que envolve o Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho, a Agência Galega da Indústria Florestal e o Centro Tecnológico do Automóvel da Galiza, desenvolveu mais de 30 novos materiais.

Centro de I&D do Norte de Portugal e da Galiza cria mais de 30 novos materiais
Centro de I&D do Norte de Portugal e da Galiza cria mais de 30 novos materiais. Foto: DR

Viseiras a partir de cabides, trotinetes com laminado de madeira e carbono, novos recipientes cosméticos, móveis diferenciados, cabides reciclados da Adolfo Dominguez, peças injetadas para veículos, fibra de carbono verde, estruturas para construção, artesanato e rifles submarinos. Estes são exemplos dos trinta novos materiais criados pelo projeto Valornature – Centro de Excelência em Materiais Sustentáveis da Euro-Região no Norte de Portugal e Galiza, com resíduos do setor primário.

O projeto Valornature é liderado pelo PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho, em parceria com a Agência Galega da Indústria Florestal e o Centro Tecnológico do Automóvel da Galiza. A iniciativa teve 2.3 milhões de euros do Programa Interreg, juntando desde 2018 mais de 50 entidades a valorizar subprodutos agroflorestais, marinhos e extrativos em áreas-chave da economia, como automóvel, aviação, naval, construção e desporto.

O centro de excelência avaliou no início o potencial dos recursos endógenos do noroeste ibérico. Foram caraterizados 12 resíduos, em particular, como biomassa de giesta, toxo, vide, oliveira, kiwi, casca de mexilhão, pó de pedra e resíduos industriais. Com base dos resíduos foram desenvolvidos mais de 30 materiais sustentáveis, um protótipo de fibra de carbono verde e 25 demonstradores tecnológicos, em parceria com várias empresas da euro-região. Os novos produtos foram divulgados em Santiago de Compostela, na Galiza.

“O Valornature é um verdadeiro ecossistema de inovação e transferência de tecnologia, capaz de promover investigação de excelência com base em modelos de economia circular e simbiose industrial”, referiu o diretor do projeto, Bruno Pereira da Silva.

O responsável pelo projeto acrescentou: “Permite responder às necessidades do setor empresarial de toda a euro-região e, assim, aumentar os níveis de competitividade industrial, diminuir a taxa de desemprego e afirmar a resiliência deste território com mais 6.4 milhões de habitantes”.

O PIEP nasceu em 2000, em Guimarães, por iniciativa da indústria e em estreita ligação à Universidade do Minho e ao IAPMEI. Um polo de inovação que dá resposta às necessidades de I&D de empresas de diversos setores, e apoia a formação e a criação de produtos inovadores, tecnologias e ferramentas. O PIEP tem realizado inovações como uma cápsula espacial, uma mala inteligente, um biopolímero resistente e soluções para a alta velocidade.