Cientista portuguesa distinguida com Prémio de Carreira Internacional

Helena Santos, investigadora do ITQB NOVA foi reconhecida pela Sociedade Internacional de Extremófilos com o Prémio Carreira. A atribuição deveu-se ao trabalho de investigação em microrganismos de ambientes extremos.

Cientista portuguesa distinguida com Prémio de Carreira Internacional
Cientista portuguesa distinguida com Prémio de Carreira Internacional. © DR

Helena Santos, Professora e Investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA), foi galardoada com o Prémio Carreira pela Sociedade Internacional de Extremófilos (ISE, sigla em inglês).

A atribuição do Prémio Carreira decorreu no 11º Congresso Internacional de Extremófilos, em 15 de setembro no Japão. Uma atribuição que é feita pela associação de investigadores de todo o mundo que estudam bactérias e arqueias que vivem em ambientes extremos.

No congresso, para além de ter feito parte do comité internacional da organização, Helena Santos apresentou o trabalho sobre “Pequenas Biomoléculas em adaptação ao stress de hipertermófilos: da fisiologia para sugestões de novas drogas antituberculose”.

O Prémio Carreira Internacional é atribuído de dois em dois anos pela Sociedade Internacional de Extremófilos a cientistas que tenham dado contributos excecionais na investigação em microrganismos adaptados a viver em ambientes extremos. Os galardoados são nomeados pelos pares, e o vencedor é nomeado por um júri escolhido pelo Presidente da ISE.

Helena Santos junta-se agora ao grupo restrito dos cientistas mais conceituados mundialmente no domínio dos extremófilos que já foram distinguidos, como é o caso de cientistas do Japão, Itália, Alemanha e Estados Unidos.

“É uma grande honra fazer parte de um grupo tão notável de investigadores que receberam este prémio antes de mim”, disse Helena Santos, citada em comunicado do ITQB NOVA, e acrescentou: “Agradeço esta distinção à Sociedade Internacional de Extremófilos, e agradeço especialmente aos meus estudantes e colaboradores que foram essenciais para o sucesso da minha carreira científica”.

Em comunicado, o ITQB NOVA releva que “Helena Santos criou o Laboratório de Fisiologia Celular e Ressonância Magnética Nuclear (RMN), no ITQB NOVA, em 1989. O seu grupo de investigação foi pioneiro em Portugal no desenvolvimento de técnicas de RMN in vivo para estudar o metabolismo de bactérias de ácido láctico e células de cérebro”.

Cláudio Soares, Diretor do ITQB NOVA, referiu: “A Helena Santos é uma das nossas mais distintas investigadoras, tendo feito contribuições fundamentais para o avanço do conhecimento e construído uma reputação internacional notável em muitas áreas científicas. Entre a bioquímica de proteínas, técnicas de Ressonância Magnética Nuclear in vivo e bioquímica de microrganismos, em especial nos de ambientes extremos”.

A investigadora começou a interessar-se “em 1993, pela vida em ambientes extremos, em particular por hipertermófilos, microrganismos que proliferam em habitats com temperaturas na gama 100 a 120 º C, tais como fontes termais quer na superfície ou nas fossas oceânicas”.

A equipa de investigação identificou novas estratégias que permitem aos hipertermófilos ”estarem adaptados a viver em ambientes que seriam letais para humanos ou para bactérias-modelo, como a Escherichia coli”, e “caracterizou as vias metabólicas que esses organismos usam para sintetizar compostos peculiares que lhes conferem proteção contra os danos causados por temperaturas elevadas, bem como os mecanismos moleculares subjacentes a tal efeito protetor em macromoléculas da célula”.

Os resultados da investigação conduzida por Helena Santos foram reconhecidos em 1998 com o Prémio Gulbenkian de Ciência, em 2004 com o Prémio Estímulo à Excelência, em 2007 com o Prémio Câmara Pestana e em 2009 foi eleita Membro da Academia de Ciências de Lisboa.

“Temos muito orgulho de ter a Helena Santos no ITQB NOVA”, disse Cláudio Soares, Diretor do ITQB NOVA.