“Corrupção é um problema real, grave e disseminado”

Depois de lutar pela liberdade, democracia, integração na Comunidade Europeia e no Euro, o país afundou-se em dívidas e comissões de inquérito e “percebemos que a corrupção é um problema real, grave e disseminado”, referiu João Miguel Tavares, no Dia de Portugal.

João Miguel Tavares, presidente das Comemorações do Dia de Portugal, em Portalegre.
João Miguel Tavares, presidente das Comemorações do Dia de Portugal, em Portalegre. Foto: © Rosa Pinto

João Miguel Tavares, no seu discurso como presidente das Comemorações do Dia de Portugal em Portalegre, referiu: “Os portugueses lutaram pela liberdade em 1974, lutaram pela democracia em 1975, lutaram pela integração na Comunidade Europeia nos anos 80, lutaram pela entrada na moeda única, no final da década de 90. Não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje em dia”.

“A integração na Europa do Euro não correu como queríamos, construímos autoestradas onde não passam carros, traçamos planos grandiosos que nunca se cumpriram, afundamo-nos em dívida, ficamos a um passo da banca rota, três vezes. Três vezes já tivemos de pedir auxílio externo, em quarenta e cinco anos de democracia. É demasiado”, disse João Miguel Tavares.

E João Miguel Tavares continuou referindo: “Perguntamos como foi isso possível, criamos comissões de inquérito para encontrar responsáveis. Descobrimos um país amnesio cheio de gente que não sabe de nada, que não viu, que não viu nada, que não ouviu nada. Percebemos que a corrupção é um problema real, grave e disseminado, que a justiça é lenta a responder e que a classe política não se tem empenhado o suficiente a enfrenta-la. A corrupção não é apenas um assalto ao dinheiro que é de todos nós, é colocar cada jovem de Portalegre, de Viseu, de Bragança mais longe do seu sonho”.