Cuidados Paliativos: campanha “Dar Voz a quem Cuida”

Em outubro comemora-se o mês dos Cuidados Paliativos, e a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lança campanha para ouvir cuidadores informais ou familiares dos doentes, os profissionais de saúde e dar voz aos decisores políticos.

Cuidados Paliativos: campanha “Dar Voz a quem Cuida”
Cuidados Paliativos: campanha “Dar Voz a quem Cuida”. Foto: © Rosa Pinto

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), no âmbito do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que se assinala a 12 de outubro, lança uma campanha de sensibilização sob o mote “Dar Voz a quem Cuida”. A iniciativa tem o objetivo ouvir as necessidades dos cuidadores informais, as expectativas dos profissionais de saúde e os compromissos dos decisores políticos.

A campanha “Dar voz a quem Cuida” pretende ouvir os familiares de doentes em situação paliativa e os profissionais de saúde, com o objetivo de se promover a melhoria da prestação destes cuidados no nosso país.

A APCP pretende com a iniciativa “que a comunidade e os decisores políticos oiçam as dificuldades dos cuidadores e reflitam sobre a necessidade de se mudar a perceção social sobre estes cuidados”.

Para Duarte Soares, Presidente da APCP, “é imperativo que o Serviço Nacional de Saúde disponibilize, a curto prazo, cuidados equitativos e de qualidade para todos”.

A Campanha “Dar Voz a quem Cuida” vai, no mês de outubro, percorrer vários Hospitais, disponibilizando Cartazes informativos, e incidir nas zonas de refeitório/bares e cafetarias, com mensagens de sensibilização aos utentes. A Campanha terá também uma forte componente digital, através do website e página de Facebook da APCP serão divulgadas mensagens e vários vídeos em formato testemunho com cuidadores informais, profissionais de saúde e deputados.

O Presidente da APCP indicou que nos vídeos vai ser possível “constatar a escassez de apoio na comunidade, a necessidade de desenvolvimento dos cuidados paliativos pediátricos, a necessidade de se promover a formação dos profissionais de saúde e de se incluir os educadores e professores no processo do desenvolvimento dos cuidados paliativos no país, a necessidade de reforço urgente de profissionais especializados nos nossos hospitais, as dificuldades nas respostas publicas, entre muitas outras expectativas legitimas criadas nos últimos anos, por parte dos decisores políticos”.

Duarte Soares lembrou ainda que “um Estudo divulgado este ano, onde participou a investigadora portuguesa Professora Dra. Bárbara Gomes, apontou que quase 50 milhões de pessoas vão morrer em 2060 sem cuidados paliativos”, e por isso “ questiono se é este o futuro que queremos para as próximas gerações?”

“Dando voz a quem efetivamente cuida esperamos ajudar os decisores a adotarem políticas que aliviem o sofrimento dos doentes e seus familiares, evitem o enfraquecimento dos sistemas de saúde e apoiem os seus profissionais e cuidadores informais, os verdadeiros heróis de uma sociedade verdadeiramente moderna para o futuro”, conclui o Presidente da APCP.

Cuidados Paliativos: campanha “Dar Voz a quem Cuida”
Cuidados Paliativos: campanha “Dar Voz a quem Cuida”

A APCP lembrou ainda que “Portugal é o país da Europa com maior taxa de cuidadores informais, estimando-se que haja mais de 800 mil pessoas a cuidar em casa de pessoas dependentes. A estes números junta-se o facto de, por ano, cerca de 89 mil pessoas necessitarem de cuidados paliativos e existirem pelo menos 8 mil crianças e jovens com necessidades paliativas. Contudo, cerca de 50% das pessoas referenciadas acabam por morrer sem terem acesso aos respetivos cuidados”.

A Campanha “Dar Voz a quem Cuida” conta com o apoio da DELTA Cafés, da Angelini Farmacêutica Portugal e da Grünenthal Portugal.