Dia Nacional do Cigano homenageia o povo cigano como parte da cultura e história nacional

Dia Nacional do Cigano homenageia o povo cigano como parte da cultura e história nacional
Dia Nacional do Cigano homenageia o povo cigano como parte da cultura e história nacional

A Igreja católica celebra, hoje, 24 de junho, a festa de São João Batista, o santo de especial devoção entre os ciganos portugueses. Na mesma data em que se assinala o Dia Nacional do Cigano, que homenageia a riqueza cultural do povo cigano e reforça o apelo à justiça social e à igualdade de oportunidades.

Hélder Afonso, Diretor Nacional da Pastoral Nacional dos Ciganos, referiu na sua mensagem no Dia Nacional do Cigano, que “com mais de cinco séculos de presença no nosso país, os ciganos são parte integrante da história nacional. A sua caminhada, marcada por resiliência e coragem, é expressão de uma herança que enriquece a diversidade e contribui de forma valiosa para o nosso património comum.”

“É também um momento propício à reflexão sobre os desafios que continuam a afetar estas comunidades. Historicamente marginalizados e muitas vezes esquecidos, os ciganos enfrentam ainda hoje discriminação, preconceito e exclusão em diferentes áreas da vida social. Contudo, possuem uma identidade cultural, espiritual e humana que merece ser reconhecida, valorizada e acolhida”, acrescentou Hélder Afonso, com a conclusão de que importa “reafirmar o compromisso com uma sociedade onde todas as comunidades possam viver com dignidade, justiça e participação plena.”

Mas, Hélder Afonso lembrou também que “a Igreja Católica, fiel ao Evangelho e à fraternidade universal, tem procurado ser sinal de acolhimento, proximidade, comunhão e diálogo. Por meio da ação pastoral e da escuta atenta, com o coração atento e a presença fraterna, tem acompanhado as comunidades ciganas, promovendo a sua integração com absoluto respeito pela sua identidade, cultura e valores próprios”.

Recorrendo à homilia da Missa Inaugural do pontificado do dia 18 de maio, do Papa Leão XIV, Hélder Afonso lembrou as palavras proferidas pelo Papa, citando: “Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado.” Que no seu entender “são também um encorajamento à comunidade cigana, convidando-a a fazer parte ativa de um caminho comum de fé e de fraternidade.”

O Diretor Nacional da Pastoral Nacional dos Ciganos lembrou que “neste tempo sinodal, em que a Igreja se abre à escuta e à participação de todo o Povo de Deus, é essencial que as comunidades ciganas sejam incluídas e valorizadas neste caminho comum. Ouvi-las e envolver os seus membros é reconhecer a sua dignidade e corresponsabilidade na vida da Igreja. Mais do que um gesto simbólico, trata-se de construir uma Igreja verdadeiramente universal e inclusiva, onde todos têm lugar e podem contribuir ativamente”.

Na mensagem, Hélder Afonso lembrou também “o Beato Zeferino Giménez Malla – homem simples, justo e pacificador – que serviu com entrega as comunidades ciganas. Que o seu testemunho nos inspire a construir caminhos de paz, diálogo e fraternidade vivida em gestos concretos.”

A mensagem conclui com o apelo para que “neste dia, que a sua memória ilumine todos os que acompanham e servem as comunidades ciganas. Que o respeito mútuo, a inclusão e a construção de pontes continuem a ser sinais de uma verdadeira fraternidade sinodal, onde ninguém é deixado para trás.”