Dois projetos de investigação portugueses recebem 30M€ da Comissão Europeia

Projeto MIA-Portugal, liderado pela Universidade de Coimbra e o projeto BIOPOLIS, liderado pela Universidade do Porto, ambos em parceria com outras Universidades recebem 30 milhões de euros do programa Europeu Horizonte 2020.

Dois projetos de investigação portugueses recebem 30M€ da Comissão Europeia
Dois projetos de investigação portugueses recebem 30M€ da Comissão Europeia. Carlos Moedas. Foto: © UE

Foram hoje assinados os apoios financeiros do programa Horizonte 2020 a projetos na vertente “Teaming”. Uma vertente destinada a reforçar o desempenho dos países em matéria de investigação e inovação. A cerimónia de assinatura decorreu durante as Jornadas Europeias da Investigação e Inovação.

Os projetos reúnem parceiros de países que carecem de atividades de investigação e inovação com outros de países mais desenvolvidos. Os projetos destinam-se à criação de centros de excelência científica e para isso foram selecionados para financiamento 14 projetos, coordenados por instituições da Bulgária, Chipre, Chéquia, Estónia, Letónia, Polónia e Portugal. Os temas abordados vão desde a investigação marinha, a genómica ou a saúde até aos biomateriais e o ambiente.

Durante a cerimónia de assinatura, o comissário Carlos Moedas, responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, referiu: “A União Europeia apoia a investigação e a inovação em todos os seus Estados-Membros com o instrumento do programa Horizonte 2020, juntamos parceiros de vários países europeus para desenvolver projetos de excelência em regiões que ainda carecem de mais apoio em termos de infraestruturas”.

O Comissário acrescentou: “Congratulo-me especialmente com o desempenho de Portugal neste instrumento, com mais dois projetos de excelência que permitirão criar novos centros de investigação, consolidar equipas científicas e desenvolver trabalho com impacto na vida dos cidadãos europeus, seja no envelhecimento ativo seja na biodiversidade”.

Os projetos portugueses que vão receber, cada um, 15 milhões de euros são os seguintes:

MIA-Portugal (Multidisciplinary Institute of Ageing), liderado pela Universidade de Coimbra, em parceria com a Universidade de Newcastle upon Tyne, a Universidade de Groningen e o Instituto Pedro Nunes.

Este projeto criará o primeiro centro de excelência em investigação sobre o envelhecimento no Sul da Europa, com o objetivo geral de vir a melhorar a saúde e o bem-estar de uma população em envelhecimento e beneficiar do potencial de excelência científica e de inovação para criar oportunidades de negócio.

Com base numa posição de liderança internacional no domínio do envelhecimento, o centro irá criar conhecimentos para promover uma vida saudável, desenvolver, validar e fornecer intervenções que melhorem a esperança de vida saudável humana, com especial destaque para os membros da população com a esperança de vida saudável mais baixa, e promover a transferência de inovação para práticas e serviços. Tal contribuirá para reduzir a carga socioeconómica das doenças crónicas e o envelhecimento inadequado da população, promovendo a independência funcional, estimulando a economia e criando novos postos de trabalho altamente qualificados.

BIOPOLIS, liderado pelo Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares (ICETA), da Universidade do Porto, em parceria com a Universidade de Montpellier e a Porto Business School Association. Através do projeto, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) passará a ser um centro de excelência de I&D&I. Com base num plano empresarial ambicioso, o projeto visa o estabelecimento da BIOPOLIS como um dos melhores centros internacionais de excelência em biologia ambiental, investigação sobre ecossistemas e agrobiodiversidade, com capacidade para difundir a excelência para a inovação nos domínios do ambiente, da biodiversidade e da agricultura, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconómico a nível regional e nacional.

O centro de excelência fará avançar a compreensão biológica desde os genes até aos ecossistemas e utilizará estes conhecimentos para fazer face a desafios societais prementes através do desenvolvimento de investigação de craveira mundial, do estabelecimento de parcerias estratégicas a longo prazo, do envolvimento das partes interessadas e da transferência e exploração dos resultados da investigação.

Este objetivo será alcançado atraindo investigadores talentosos, proporcionando excelentes condições para a investigação, formação, internacionalização e trabalho em rede, alinhando a investigação com os desafios societais e as estratégias de especialização inteligente, desenvolvendo programas de formação avançados ambiciosos, desenvolvendo intensas atividades de comunicação, divulgação e exploração e estabelecendo um programa sólido de parcerias e outros mecanismos para promover a tradução da investigação e inovação em aplicações e oportunidades de negócio. A BIOPOLIS vai, desta forma, promover a excelência num país com pouca atividade de investigação e bem como o desenvolvimento económico sustentável.