Eclipse total da Lua e Marte mais perto da Terra na noite de 27 de julho

O mais longo eclipse lunar total do século XXI e o planeta Marte numa posição mais perto da Terra, por muitos anos, ocorrem na noite de 27 de julho. Um acontecimento astronómico raro e que está a animar todos os amantes de astronomia.

Eclipse total da Lua
Eclipse total da Lua. Foto: Alfredo Garcia/CC BY-SA 4.0

Marte, a Terra e o Sol vão estar alinhados na noite de 27 de julho. Marte está no lado oposto da Terra ao Sol e, portanto, o alinhamento é conhecido como oposição. Isto coincide num período em que o planeta Marte está num ponto mais próximo da Terra, neste caso a cerca de 57,7 milhões de quilómetros de distância.

Dado que Marte está próximo da Terra podemos ver Marte no maior tamanho aparente possível, através de um telescópio, e também está perto do seu brilho aparente máximo.

Marte tem uma pronunciada órbita elíptica, o que significa que sua distância do Sol varia significativamente. A distância entre o planeta vermelho e a Terra em oposição também muda, tendo atingido a menor distância recentemente em 2003, com 56 milhões de quilómetros e em 2012 a maior distancia com cerca de 101 milhões de quilómetros.

Em 27 de julho, o planeta vermelho pode ser visto no céu a partir das 21h34, mas nas semanas após a oposição, a vista é quase tão boa, por isso, se o mau tempo estragar a observação, ainda há muito tempo para ver Marte no seu melhor. Na verdade os astrónomos indicam que Marte atinge o seu ponto mais próximo da Terra no dia 30 de julho, quando estiver a 57,6 milhões de quilómetros de distância.

Diagrama do eclipse lunar de 27 de julho, ilustrando a aparência da Lua em vários pontos ao longo do eclipse e a localização de Marte em relação à Lua.
Diagrama do eclipse lunar de 27 de julho, ilustrando a aparência da Lua em vários pontos ao longo do eclipse e a localização de Marte em relação à Lua. Imagem: © Astronomy Now / Greg Smye-Rumsby

A mesma noite, 27 de julho, há uma rara coincidência astronómica, um eclipse total simultâneo da Lua. Um eclipse lunar, em que a Terra, o Sol e a Lua estão quase exatamente alinhados e a Lua está no lado oposto da Terra em relação ao Sol.

A Lua cheia move-se para a sombra da Terra e escurece dramaticamente, mas geralmente permanece visível, iluminada pela luz do sol que passa pela atmosfera da Terra. Dado que a luz se espalha pela atmosfera a que atinge a superfície lunar é predominantemente de cor vermelha, então observadores na Terra veem uma Lua que pode ser cor de tijolo, vermelho de ferrugem, vermelho sangue, ou às vezes de um cinza escuro, dependendo das condições terrestres.

A Lua viaja para uma posição em todas as Lua Cheia, mas a inclinação da órbita lunar leva a que normalmente passe acima ou abaixo da sombra terrestre e por isso não ocorre nenhum eclipse.

No próximo eclipse, no dia 27 de julho, vamos poder ver a Lua a “erguer no céu” já completamente imersa na parte mais escura da sombra da Terra. O “nascer” da Lua é às 20h47 em Lisboa. A Lua pode ter uma cor vermelha e tornar-se mais fácil de detetar à medida que o céu escurece, indicou a Royal Astronomical Society, do Reino Unido.

O eclipse é às 21h21, e a fase total termina às 22h13. A Lua deixa a umbra da Terra completamente às 23h19, e o eclipse termina quando sair da penumbra às 00h30 da manhã do dia 28 de julho.

Marte pode ser o mais fácil de encontrar pois vai ser significativamente mais brilhante do que o disco lunar durante o eclipse, E ao contrário de um eclipse solar, tanto o eclipse da Lua e com Marte podem ser vista sem receios a olho nu, pelo que a noite do dia 27 de julho é um raro evento astronómico que pode ser apreciado por todos como espetáculo.