Equipa do i3S vence Prémio Inovação Bluepharma/UC 2017

Terapia inovadora para potenciar a regeneração do sistema nervoso vence Prémio Inovação Bluepharma/Universidade de Coimbra 2017. O projeto da nova terapia, ‘ProREGEN’, foi desenvolvido por Mónica Sousa, Sara Sousa e Ana Rita Pinto Costa do i3S.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S)
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S). Foto: Rosa Pinto

Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto é a vencedora do Prémio Inovação Bluepharma / Universidade de Coimbra 2017, com o projeto científico ‘ProREGEN’.

O ‘ProREGEN’ desenvolvido por Mónica Sousa, Sara Sousa e Ana Rita Pinto Costa, consiste numa terapia para potenciar a regeneração do sistema nervoso, onde é necessária a reparação da medula, atuando em lesões do sistema nervoso e em doenças neurodegenerativas, através da proteína Profilin-1 (Pfn1) que regula o esqueleto celular.

As investigadoras esclareceram que os resultados em testes ‘in vitro’ demonstram já que a Pfn1 é promotora do crescimento do axónio, com efeitos “robustos e surpreendentes”, e que caso de vir a ser bem-sucedida em testes ‘in vivo’, a terapia poderá ainda ter aplicações em outras doenças, onde é necessária a regeneração.

Dado que apesar do “progresso considerável” em procedimentos médicos, cirúrgicos e de reabilitação, as investigadoras indicam que “não existem tratamentos eficazes para a recuperação neurológica”.

Para a equipa do i3S, citada pela Universidade de Coimbra (UC), é essencial, a identificação de terapias que promovam recrescimento do axónio, ou seja, o prolongamento do neurónio que estabelece a sua ligação a uma célula-alvo, e a reparação da medula, atuando em lesões do sistema nervoso e em doenças neurodegenerativas.

A equipa de investigação vai receber o prémio monetário de 20 mil euros para avaliar ‘in vivo’, com recurso a ratos com lesão do nervo ciático ou com lesão medular, o potencial regenerativo da Profilin-1 (Pfn1), uma proteína que regula a dinâmica do esqueleto celular, ativa após lesão.

Mas o apoio monetário poderá ainda traduzir-se num investimento suplementar de 30 mil euros, se vir a ser provada a sua viabilidade de mercado, indicou a UC.

As potencialidades do ‘ProREGEN’ surgem promissoras mas o júri do prémio “destacou a sua originalidade, inovação, viabilidade de mercado e potencial criação de valor para a sociedade” para que lhe atribuir o primeiro lugar entre os 23 projetos concorrentes.

O prémio Inovação Bluepharma/Universidade de Coimbra 2017 é entregue em cerimónia que decorre dia 28 de junho, na Sala do Senado da Reitoria da UC, e que é presidida pelo Reitor da UC, João Gabriel Silva, e com a presença de Paulo Barradas, Presidente do Conselho de Administração da Bluepharma, empresa promotora do Prémio, e de Seabra Santos, Presidente do Júri, entre outras individualidades.

Criado em 2003, o Prémio Inovação Bluepharma/Universidade de Coimbra, com periodicidade bianual, tem como objetivo “distinguir projetos científicos de excelência ao nível internacional na área das Ciências da Saúde, que apresentem elevado potencial de transformação em produtos ou serviços, com real interesse para a sociedade.”

O júri deste concurso do prémio é formado por alguns dos melhores investigadores do país, como Carlos Faro, da Biocant, Luís Almeida, da Universidade do Porto e Blueclinical, Miguel Botto, da Portugal Ventures, Sérgio Simões, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e Bluepharma e por Fernando Seabra Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

O júri considerou o projeto da equipa do i3S o melhor, tendo em conta “critérios de avaliação como o mérito, a originalidade, a inovação, o potencial contributo e impacto do projeto científico, e a sua diferenciação face à concorrência.”