Escolas Artísticas estão de regresso ao Teatro Nacional São João

Leitura dos textos dos alunos da pós-graduação em Dramaturgia da ESMAE e apresentação de Woyzeck marcam arranque das atividades. A partir de 14 de julho, no Mosteiro de São Bento da Vitória.

Escolas Artísticas estão de regresso ao Teatro Nacional São João
Escolas Artísticas estão de regresso ao Teatro Nacional São João

A ligação à comunidade escolar tem sido um dos emblemas da atividade do Teatro Nacional São João (TNSJ). No seguimento desta estratégia, o Mosteiro de São Bento da Vitória prepara-se para receber apresentações de projetos desenvolvidos por diferentes Escolas Artísticas.

Nos dias 14 e 15 de julho, às 19h00, vai decorrer a leitura dos textos do curso de pós-graduação em Dramaturgia da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE). Já a 22 e 23 de julho, à mesma hora, será apresentada Woyzeck, uma peça do alemão Georg Büchner, que conta com dramaturgia e encenação de Luísa Pinto e Roberto Merino e com interpretação dos alunos finalistas de Teatro da Escola Superior Artística do Porto (ESAP).

Os dias 14 e 15 de julho ficam marcados pelas leituras dos textos dramáticos criados, ao longo dos últimos meses, pela terceira turma da pós-graduação em Dramaturgia da ESMAE – curso lecionado em parceria com o Teatro Nacional São João e a RTP.

Em tempos de repetidas quarentenas, um dos temas recorrentes das ficções apresentadas será o do começo de uma caminhada, um movimento que promete cativar não só o interesse de ficcionistas, mas também do público. A atividade conta com coordenação de Nuno Cardoso, diretor artístico do São João, e do dramaturgo e professor Jorge Louraço Figueira. O preço dos bilhetes é de 5 euros.

Fragmentário e inacabado, situado na confluência do romantismo e do realismo social, Woyzeck é acima de tudo um manifesto em forma teatral que continua ainda hoje a identificar as estratégias de perversão da dignidade humana.

Criada por Georg Büchner (que faleceu em 1837, aos 23 anos de idade), a peça é o mais eloquente exemplo de “drama aberto” da dramaturgia pré-moderna, refletindo sobre a miséria e a dor como cernes fundadores das sociedades ditas democráticas.

É com esta “ferida Woyzeck”, a “ferida aberta”, como lhe chamava Heiner Müller, que os encenadores e professores Luísa Pinto e Roberto Merino constroem o espetáculo dos alunos finalistas de Teatro da ESAP. O espetáculo pode ser visto nos dias 22 e 23 de julho, às 19h00. O valor dos bilhetes é de 5 euros.