Espetáculos no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães celebram Dia Mundial da Dança

“Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, e “Coreografia”, de João dos Santos Martins, no palco do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, a 29 e 30 de abril, celebram Dia Mundial da Dança.

Espetáculos no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães celebram Dia Mundial da Dança
Espetáculos no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães celebram Dia Mundial da Dança. Foto: Endless © Júlio Silva Castro

O Dia Mundial de Dança é celebrado no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, com os espetáculos “Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, nos dias 29 e 30 de abril, às 15h00 e às 19h00, respetivamente, e “Coreografia”, de João dos Santos Martins, no palco do Pequeno Auditório do CCVF no dia 29 de abril, às 21h30.

“Endless”, da companhia Dançando com a Diferença, é um espetáculo onde a dança, a música e o vídeo interagem questionando a condição humana, a vida, a degradação do corpo e a nossa única certeza, a morte. As visitas realizadas ao Memorial do Holocausto (em Berlim), à Colina das Cruzes (na Lituânia) e aos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau (na Polónia) permitiram a Henrique Amoedo e parte do elenco de intérpretes, da companhia Dançando com a Diferença, sentir/viver emoções e, num processo de residência artística, recolher imagens-chave que posteriormente serviram de base para a constituição do guião deste espetáculo que foi concluído na Estónia, em abril de 2012. Desde a sua estreia, em 2012, na Madeira, a peça já foi reposta em diferentes contextos e países, com adaptações que nunca deixam de fora a realidade local e o momento presente.

A adaptação que vai ser apresentada no Grande Auditório Francisca Abreu, no Centro Cultural Vila Flor, faz parte do projeto “+ Inclusão / Fora de Portas”, uma parceria d’A Oficina com a Dançando com a Diferença que pretende aproximar diferentes públicos à dança inclusiva, sob a direção daquele que criou este conceito, Henrique Amoedo. Depois de oficinas, formações e diferentes atividades de grupo que decorreram nos últimos meses, o projeto chega agora à meta final: juntar em palco diferentes pessoas, com diferentes experiências de vida, num espetáculo cuja envolvência levará o público e os participantes a um momento único e imersivo.

A apresentação de “Endless”, em Guimarães, conta com a participação da APCG – Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, o Lar Residencial Alecrim / Centro de Atividades Ocupacionais, o CAO / Lar Paraíso | Centro Social de Brito, a CERCIGUI – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Concelho de Guimarães, a EB2,3 de Abação – CAA – Centro de Apoio à Aprendizagem, o Agrupamento de Escolas João de Meira e o Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda. Inserido na programação de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina, o espetáculo terá duas sessões: a primeira, no dia 29 de abril, às 15h00, destinada a escolas e instituições, e a segunda, no dia 30 de abril, às 19h00, destinada ao público em geral. O preço dos bilhetes tem um custo de 2 euros. Integrado no programa “Cultura para Todos”, do qual A Oficina faz parte, “Endless” será acompanhado por audiodescrição, um comentário adicional dirigido às pessoas com deficiência visual.

Coreografia - Lightroom © José Carlos Duarte
Coreografia – Lightroom © José Carlos Duarte

A noite de 29 de abril traz-nos, ainda, outro espetáculo especial: “Coreografia”, de João dos Santos Martins, que terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa. O espetáculo foca-se na relação entre a coreografia enquanto suporte artístico não-comunicativo e a língua gestual como sistema de vocabulário baseado em gestos cujo fundamento é, precisamente, viabilizar a comunicação na esfera social. Inspirado no tratado de Raoul Feuillet, teórico de dança francês do século XVIII, João dos Santos Martins constrói uma dança em que o texto se difunde com o movimento. Debatendo-se com a ideia “comum” de que a dança não pode falar, sendo, no entanto, uma metáfora para o pensamento, interessa-lhe a “singularidade de dançar uma língua e de falar uma dança”.

Esta coprodução A Oficina, Alkantara, Associação Parasita, e Materiais Diversos, retrata um ‘conflito’ expresso na dicotomia entre escrita de texto, composição de gestos, ações e movimentos, contando com o texto de José Maria Vieira Mendes, interpretação de Adriano Vicente e música e interpretação ao vivo de João Barradas. Os bilhetes para este espetáculo têm um custo de 7,50 euros ou 5 euros com desconto, podendo ser adquiridos nas bilheteiras físicas do Centro Cultural Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Casa da Memória e Loja Oficina, bem como online em oficina.bol.pt e www.ccvf.pt.