Evandro Oliveira, da UMinho, vence prémio europeu para melhor tese de doutoramento

Investigador da Universidade do Minho, Evandro Oliveira, vence prémio europeu para a melhor tese de doutoramento na área das relações públicas. O trabalho - Comunicação estratégica: a teoria instigatória da comunicação de ONGs - mereceu o reconhecimento.

Evandro Oliveira, da UMinho, vence prémio europeu para melhor tese de doutoramento
Evandro Oliveira, da UMinho, vence prémio europeu para melhor tese de doutoramento. Foto: DR

Evandro Oliveira, investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho (UMinho), venceu o prémio europeu para a melhor tese de doutoramento na área das relações públicas, com uma teoria independente sobre comunicação e sociedade civil.

Evandro Oliveira foi distinguido em Zagreb, na Croácia, durante o 21º Congresso da Associação Europeia de Educação e Investigação em Relações Públicas, que atribuiu o galardão em parceria com a Associação de Relações Públicas e Comunicação e com a Organização Internacional de Consultoria em Comunicações.

O prémio bianual tem como objetivo reconhecer a excelência da investigação na área das relações públicas e estimular a discussão académica e os conhecimentos neste âmbito. A tese distinguida, “Comunicação estratégica: a teoria instigatória da comunicação de organizações não governamentais” (ONGs), foi defendida na UMinho e na Universidade de Leipzig (Alemanha), sendo escolhida por unanimidade pelo júri, presidido por Günter Bentele, primeiro catedrático em relações públicas da Europa. O júri destacou “a teoria independente e nova” apresentada no trabalho e o seu elevado nível em termos de “complexidade e adequação da teoria subjacente, estudos empíricos sofisticados, orientação e adequação à prática”.

“Este reconhecimento internacional mostra a qualidade das investigações do CECS e da UMinho, dá visibilidade à produção científica nacional e abre caminho a futuros projetos”, referiu Evandro Oliveira.

“Por norma, premeia-se estudos ligados a empresas ou mais quantitativos e funcionalistas. O meu trabalho foi arriscado por ter uma parte teórica e ao mesmo tempo trazer modelos aplicáveis à prática”, referiu e acrescentou: A tese é “a primeira teoria mundial que ajuda as ONGs a planificar e a comunicar a todos os níveis para cumprirem o seu propósito”.

A chamada teoria instigatória, propõe um modelo conceptual aplicado à gestão de comunicação e um modelo operacional cibernético adaptado a especificidades, diferenças, práticas e dinâmicas dessas organizações. Os modelos foram testados de forma mista, com pesquisa quantitativa em ONGs internacionais de direitos humanos e com entrevistas a peritos com mais de vinte anos de experiência no setor.

“A sociedade civil ativa procura ajudar os cidadãos a participar na democracia e a ajudar à mudança social. Para isso, a comunicação não pode ser de cima para baixo. Há necessidade de participação e de congregação de ideias”, indicou Evandro Oliveira.

O trabalho faz ainda o contexto histórico, comunicacional, sociológico e económico das ONGs internacionais, que serão mais de 31.000 em todo o mundo. São igualmente propostos 16 princípios e a definição de relações cívicas, evidenciando o papel daquelas instituições intermediárias “imprescindíveis ao equilíbrio democrático”. O estudo foi publicado em junho pela multinacional Springer.

Evandro Oliveira com 40 anos de idade é natural de Gaia e vive na Alemanha. Licenciou-se em Comunicação Social pela UMinho e doutorou-se em Ciências da Comunicação pela UMinho e em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Leipzig. É professor na Universidade de Ciências Aplicadas para Média, Comunicação e Gestão em Berlim e docente convidado nas universidades de Münster, Mannheim, Leipzig e Leipzig School of Media (Alemanha).

O professor lecionou ainda noutras academias de Espanha, Brasil, Portugal e Alemanha. Conta com meia centena de artigos científicos e palestras na Europa e América do Sul. É vice-presidente da secção de comunicação organizacional e estratégica da Associação Europeia de Investigação em Ciências da Comunicação (ECREA) e esteve na direção da Rede de Jovens Investigadores de Relações Públicas e Comunicação Organizacional da Alemanha, Áustria e Suíça.

Iniciou-se no jornalismo em 1996, passando por jornais, rádios, SIC e Lusa. A partir de 2004 lançou-se e colaborou em projetos sobre comunicação com a Agência Espacial Europeia, Greenpeace, Comissão Europeia, Amnistia Internacional e UNICEF, entre outras entidades. Trabalhou também para a Fujitsu, NetApp, Det Norske Veritas, Air-Berlin, KPN-Dutch Telekom e QuadrigaArt Agency.