Governo atribui sete Medalhas de Mérito Cultural

Emílio Rui Vilar, Francisco Alves, João Zilhão, José Meco, Simonetta Luz Afonso, Vítor Serrão e Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga são distinguidos com a Medalha de Mérito Cultural.

Governo atribui sete Medalhas de Mérito Cultural
Governo atribui sete Medalhas de Mérito Cultural. Foto: Rosa Pinto

O Governo atribui Medalhas de Mérito Cultural a Emílio Rui Vilar, Francisco Alves, João Zilhão, José Meco, Simonetta Luz Afonso, Vítor Serrão e ao Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga. Um reconhecimento, que o Governo indica ser pelo vasto contributo para o Património Cultural.

A distinção é pelo contributo em distintas e fundamentais áreas para a valorização do Património, como a gestão de Museus e Monumentos, arqueologia, investigação, conservação, restauro e docência.

A entrega das Medalhas de Mérito Cultural, dia 4 de janeiro, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, conta com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.

Emílio Rui Vilar, nascido no Porto, em 1939, percorre uma notável e vastíssima carreira dedicada não apenas à gestão de numerosas entidades públicas e privadas, assumindo as mais altas responsabilidades no quadro das respetivas administrações, mas também ao exercício de cargos políticos, no contexto de diversos Governos.

Com um constante interesse e capacidade de intervenção no universo das artes e do património, preside ou exerce elevados cargos na área da cultura, em algumas das mais prestigiadas entidades nacionais e no âmbito de grandes eventos, sendo reconhecido como uma personalidade de incontornável referência nessa esfera.

Francisco José Soares Alves, arqueólogo, nascido em 1942 é consensualmente assumido como o “pai” da arqueologia subaquática em Portugal. Deve-se à sua iniciativa a criação do primeiro organismo público exclusivamente dedicado à arqueologia subaquática a nível nacional: o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, que, fundado em 1997, permitiu imputar profissionalismo a esta área tão específica da arqueologia nacional.

O seu percurso profissional é pautado pelo exercício de diversos cargos de direção de trabalhos arqueológicos e de importantes instituições nacionais, bem como pelas funções consultivas e de representação em diferentes organismos de âmbito nacional e internacional.

João Carlos Teiga Zilhão, nascido em Lisboa, no ano de 1957, tem vindo a dedicar a sua vastíssima carreira à investigação e à docência, com contributos da mais elevada relevância na área da arqueologia pré-histórica e do estudo da evolução humana, exercendo numerosos cargos em diversas entidades de referência, bem como projetos de enorme notoriedade neste universo.

Uma das mais incontornáveis figuras no domínio arqueologia, em termos académicos e institucionais, distingue-se pelo seu vastíssimo e profícuo trajeto de enorme rigor, perseverança e discrição, assumindo um especial destaque os trabalhos arqueológicos que liderou no Vale do Lapedo, onde foi encontrada a “Criança do Lapedo”, descoberta de extrema importância, com forte impacto científico em termos nacionais e internacionais.

José Joaquim Salvador Santos Meco, nasce no ano de 1952, em Oeiras. Com uma carreira de mais de 4 décadas, é uma figura maior da investigação dedicada, predominantemente, à área da azulejaria portuguesa, enquanto uma das artes que define a identidade artística do País, sendo este trabalho encarado pelo próprio como uma causa que se coloca no plano da cidadania e do serviço público.

Traça um notável e profícuo percurso consubstanciado em diversas dimensões: em termos bibliográficos, no campo do comissariado e da colaboração em muitas exposições, na área da inventariação, no âmbito da docência, da formação, da participação em seminários, bem como no domínio da conservação e restauro do nosso riquíssimo património azulejar.

Maria Simonetta Bianchi Ayres de Carvalho Luz Afonso, nasceu em Lisboa, no ano de 1946, sendo reconhecido o seu papel seminal e fundamental na execução da política cultural na área dos Museus e da conservação e restauro, na gestão de monumentos identitários da nossa herança cultural, no comissariado de grandes eventos, na internacionalização da cultura portuguesa em geral e das coleções nacionais em especial.

Ao longo de várias décadas, assumiu os mais levados cargos em entidades de referência ligadas ao estudo, valorização, divulgação da cultura e da identidade nacionais, construindo nomeadamente, os pilares de uma verdadeira, exigente e profissional museologia em Portugal.

Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão nasce em Toulouse, no ano de 1952. Com cerca de cinco décadas de carreira dedicada à investigação e à docência que se traduzem numa vastíssima obra da mais elevada importância, nomeadamente na área da História da Arte da Idade Moderna, da Teoria da Arte e da Imagem, do Património Cultural, afirmou-se como uma das mais incontornáveis figuras nacionais nestes domínios.

Personalidade académica de referência, em particular nos estudos da pintura portuguesa dos séculos XVI, XVII e XVIII, com relevantíssimos contributos no campo teórico, conceptual e metodológico, deixa um vasto e profícuo legado de pesquisa, o qual em muito tem aprofundado o conhecimento, a salvaguarda, a divulgação e a notoriedade da nossa herança patrimonial.

Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga, fundado em 1912, pelo Dr. José de Figueiredo, primeiro Diretor deste Museu Nacional, trata-se da mais antiga e uma das mais prestigiadas entidades do género em Portugal.

O seu desempenho assume enorme importância, com dedicado apoio em diversos projetos e no âmbito da programação do Museu, na organização e divulgação de atividades, como exposições temporárias e conferências, mas também na aquisição de obras, nas intervenções de conservação e restauro, na valorização da sua biblioteca, salientando-se assim, o relevante papel que têm vindo a exercer.