Igreja Matriz de Torre de Moncorvo recebe obras de mais de 200 mil euros

A intervenção de Conservação e Restauro das Pinturas Murais da Capela-Mor da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo já foi adjudicada. A Direção Regional de Cultura do Norte vai executar obras no Monumento Nacional superiores a 200 mil euros.

Igreja Matriz de Torre de Moncorvo recebe obras de mais de 200 mil euros
Igreja Matriz de Torre de Moncorvo recebe obras de mais de 200 mil euros. Foto: DRCN

A igreja matriz de Torre de Moncorvo, classificada Monumento Nacional, é propriedade do Estado e está afeta à Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), vai ser intervencionada para reabilitação, restauro e consolidação do edificado, conservação e restauro do espólio artístico integrado e para melhorar as condições de acessibilidade e visita.

O imóvel apresenta, na capela-mor, uma pintura integral, sobre granito na abóbada de berço, cornija, arco cruzeiro e enxalços dos vãos, e sobre reboco nas paredes. O tema representado do lado da Epístola, atualmente quase ilegível, ostenta, sobre cartela, a legenda “QUAE EST ISTA, QUAE PROCESSIT SICUT SOL, ET FORMOSA TAMQUAM JERUSALEM”. No lado do Evangelho o tema versa a Última Ceia e apresenta a legenda “Ó SACRUM CONVIVIUM, INQUO CHISTUS SUMITUR: RECOLITUR MEMORIA PASSIONIS/ F.JUS.A”. Cartelas idênticas surgem na parte superior da representação e sob as janelas, estas enquadrando a figura dos Evangelistas: S. João Evangelista, no lado do Evangelho, e S. Mateus, no lado da Epístola. As cenas representadas exibem um enquadramento arquitetónico e decoração de motivação rocaille, são da autoria de Francisco Bernardo Alves, de Bragança, e datam de 1779.

O teto, em abóbada, é constituído por 24 caixotões que ostentam iconografia alusiva à vida e Paixão de Cristo e à simbologia Mariana.

O conjunto pictórico denota o resultado do mau estado de conservação do edifício, particularmente as pinturas sobre reboco dos alçados da capela-mor, degradação que resultou sobretudo de infiltrações de águas pluviais. As últimas intervenções realizadas no edifício pela Direção Regional de Cultura do Norte, atuaram sobre as causas de degradação.

A intervenção de Conservação e Restauro das Pinturas Murais da Capela-Mor que agora têm início, uma ação integrada com cofinanciamento da União Europeia, foi adjudicada à empresa Intonaco, Conservação e Restauro, Unipessoal, Ld.ª pelo valor de total de 60.186,80 euros e tem um prazo de execução de 180 dias.

A intervenção vai ser assente em critérios de rigor histórico, científico e técnico, em que se valoriza a vertente conservativa, melhorando, sempre que possível e necessário, a leitura do conjunto.

As várias atividades a desenvolver na área da reabilitação e restauro da Igreja, abarcam essencialmente a capela-mor e os absidíolos, mas também o espaço do alpendre sul e as portas.

Reabilitação do alpendre sul e das portas

As atuais condições da capela-mor permitem que se realize uma operação de conservação e restauro das pinturas murais dos tetos e paredes laterais, mas também de todas as restantes presentes no arco cruzeiro e nos absidíolos.

Conservação e restauro das pinturas murais da capela-mor

Em simultâneo deverá ser executada uma empreitada de conservação e restauro do corpo do alpendre lateral sul com vista a sanar as causas da sua degradação e travar o processo de deterioração do portal em perda iminente e constante.

Mapeamento das deteriorações da pedra existentes nos portais

Vai ser efetuado um estudo/ diagnóstico sobre o estado de conservação da pedra nos 3 portais do edifício: principal, norte e sul, com o objetivo de preparar uma futura intervenção de conservação e restauro.