Inglês já não é uma língua estrangeira mas ferramenta de comunicação

Inglês já não é uma língua estrangeira mas ferramenta de comunicação
Inglês já não é uma língua estrangeira mas ferramenta de comunicação

Dados do estudo The Future of English: Global Perspectives (O Futuro do Inglês: Perspetivas Globais) indicam que o inglês já não é considerado uma língua estrangeira.

O estudo foi apresentado pela primeira vez em Portugal pelo British Council, organização internacional do Reino Unido para as relações culturais e oportunidades educativas., sinalizando que algumas alterações no papel do idioma no quotidiano das pessoas.

O inglês é falado atualmente, por 2.3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, e continuará a ser a língua global da próxima década. Uma língua franca que se assume como língua franca (utilizada como meio de comunicação), deixando de ser considerada uma língua estrangeira, para se tornar numa ferramenta necessária, já que ser poliglota é a norma na maioria dos contextos.

O estudo faz uma reflexão sobre as novas realidades poliglotas, desde o âmbito laboral ao educativo, em que o inglês é uma ferramenta quotidiana e integrada. O estudo explora também os principais motores de aprendizagem do inglês. Entre as motivações para aprender a língua, incluem-se a educação e o emprego, mas também o entretenimento, que regista um aumento exponencial com a exposição às redes sociais. São precisamente as redes sociais e a tecnologia que condicionam a necessidade e a forma como se utiliza o idioma, revela o estudo.

“Uma das principais conclusões deste estudo é que o inglês já não se pode considerar uma língua estrangeira. Trata-se de uma língua franca global e comum, um veículo de entendimento entre culturas distintas”, explicou Mina Patel, diretora do Grupo de Investigação do estudo The Future of English do British Council, citada em comunicado.

“A procura pelo inglês como língua franca continuará forte como consequência do multilinguismo, da mobilidade global e da utilização das redes sociais como plataformas de comunicação e educação informal”, acrescentou a Mina Patel.

O desaparecimento do conceito “nativo”

Na academia, o inglês representa cerca de 90% das publicações. 60% do conteúdo da internet está em inglês – percentagem que contrasta com o número de utilizadores que tem o inglês como primeira língua, que se situa em torno dos 25%.

“O estudo dá ênfase a um conceito que será fundamental nos próximos anos: o inglês como “competência intercultural”. Desta forma, o idioma converte-se numa ferramenta necessária e integrada no dia-a-dia. Já não é considerado como um idioma estrangeiro, mas como um veículo que nos permite relacionarmo-nos e conseguir os nossos objetivos num mundo multilinguístico, onde convivem várias línguas e culturas, com grandes implicações na configuração das identidades nacionais”, explica Mina Patel.

Inglês no trabalho: mais oralidade e menos gramática

A empregabilidade é uma das principais motivações para aprender inglês, segundo as conclusões de The Future of English: Global Perspectives. Não é de estranhar, já que o domínio deste idioma se tornou num requisito comum nas ofertas de emprego. Contudo, também o conceito de inglês requerido neste âmbito evoluiu. Com locais de trabalho cada vez mais dinâmicos do ponto de vista linguístico, social e cultural. Esta evolução alterou as necessidades dos empregadores, que dão cada vez mais importância às competências orais e auditivas, além da gramática e do vocabulário.

The Future of English

The Future of English: Global Perspectives extraiu conclusões das mesas redondas em que participaram 92 especialistas e responsáveis de políticas educativas de 49 países e territórios.

Uma vez que 67% da população global estava exposta ou falava inglês em 2017, o estudo do British Council pretende encontrar pistas que permitam compreender o atual panorama do seu uso, e ajudar os responsáveis pelas políticas educativas e os especialistas a planificar e a preparar as necessidades futuras.

O estudo apresenta também recomendações sobre a agenda que deverá orientar a investigação em língua inglesa nos próximos anos, incluindo a conceção de estruturas para avaliar a eficácia das metodologias e políticas educativas; a criação de perfis de proficiência em língua inglesa que permitam comparações entre países e regiões; e a medição dos benefícios sociais e económicos associados ao desenvolvimento das competências em língua inglesa.