Instituto Fraunhofer desenvolve detetor de pessoas com COVID-19

Cientistas do Instituto Fraunhofer desenvolveram um sistema que permite detetar à distância se uma pessoa está infetada pelo novo coronavírus. O sistema usa câmara de infravermelhos e radar para detetar febre, aumento dos batimentos cardíacos e respiração rápida.

Instituto Fraunhofer desenvolve detetor de pessoas com COVID-19 à distância
Instituto Fraunhofer desenvolve detetor de pessoas com COVID-19 à distância. Foto: Robert-Bosch-Krankenhaus / Christoph Schmidt

Um sistema inovador está a ajudar a detetar pessoas infetadas pelo coronavírus a uma distância segura. O sistema deteta febre, aumento dos batimentos cardíacos e respiração rápida sem comprometer a pessoa que conduz o teste. O Fraunhofer IPA e o Fraunhofer IAO estão atualmente a testar o processo no Hospital Robert Bosch, em Estugarda, na Alemanha.

Atualmente, os hospitais são obrigados a manter os controlos de entrada. Dada a disseminação do novo coronavírus, é essencial garantir que doentes, funcionários e visitantes do hospital não transportem o vírus para dentro do hospital e, assim, coloquem em risco as pessoas que já têm o sistema imunológico comprometido.

À entrada principal do Hospital Robert Bosch, em Estugarda, o Fraunhofer IPA e o Fraunhofer IAO, juntamente com o Hospital, estão atualmente a testar um procedimento que pode simplificar os controlos das pessoas que entram no Hospital.

O sistema inovador, desenvolvido pelo Fraunhofer IPA, mede todos os parâmetros relevantes de uma pessoa a uma distância de um metro. O profissional que realiza o teste mantém a distância mínima necessária de 1,5 a 2 metros da pessoa a testar, assim, não necessita, para se proteger, de usar um Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Câmara infravermelha e radar medem parâmetros vitais

O teste mede a temperatura do corpo com recurso a uma câmara infravermelha, mas também as frequências cardíacas e respiratórias com base em micro-ondas. Para isso utiliza um radar com o método de micro-Doppler.

A equipa de investigação está a examinar, no local, como o teste se correlaciona com os dados recolhidos pela equipa do hospital na área de entrada e se o procedimento é prático.
O teste, que foi desenvolvido em poucas semanas, pode contribuir para conter a pandemia de coronavírus o mais rápido possível. A equipa é chefiada por Urs Schneider, médico que trabalha no Fraunhofer IPA, e que tem muitos anos de experiência nas áreas de saúde e segurança ocupacional, tecnologia médica, processamento de imagens e reconhecimento de objetos.

Técnicos do Fraunhofer IAO são responsáveis por garantir a integração ideal do processo da inovação tecnológica do Fraunhofer IPA. Os cientistas estão a analisar a usabilidade do procedimento para funcionários e doentes do hospital, bem como, acima de tudo, padrões de movimento de pacientes e cadeias de tratamento com recurso a um sensor de movimento sem contato. O objetivo é integrar em breve esta tecnologia no processo de admissão no hospital.

Testes iniciais bem-sucedidos

A primeira realização do teste em conjunto com Christoph Wasser, Diretor no Hospital Robert Bosch, mostrou que é tão rápido como o procedimento normal. Resta agora verificar se é necessário menos pessoal para executar os procedimentos. Há um grande interesse no “controlador de acesso” móvel. Outros institutos, como o Hospital Universitário de Tübingen e vários postos de controlo de coronavírus, também estão interessados em usar o novo método de teste, indicou o Instituto Fraunhofer.

O Fraunhofer IPA planeja construir mais quatro sistemas em apenas duas semanas e já pediu o registo de patente. Urs Schneider referiu: “Estamos convencidos de que desenvolvemos um conceito sólido que também pode ser usado quando a crise do coronavírus terminar”.

O teste pode também ser usado não apenas em hospitais e em lares de idosos, mas também em aeroportos e outros estabelecimentos importantes.