IPO do Porto aplica primeira terapia genética com células T modificadas

Primeiro tratamento de cancro do sangue com terapia genética de células T do paciente, modificadas, foi realizado no IPO do Porto. É a primeira vez em Portugal que é usada esta terapia inovadora. Nesta fase de avaliação são abrangidos oito doentes.

Trabalho em Laboratório
Trabalho em Laboratório. Foto: © Rosa Pinto/arquivo

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto realizou, esta semana, o primeiro tratamento com recurso a terapia genética de células CAR T. Trata-se de um tratamento inovador na área do cancro do sangue, em que se incluem os linfomas e as leucemias.

Esta terapia genética individual confirmou taxas de sucesso elevadas, nomeadamente em doentes sem alternativa, por exemplo, em caso de insucesso do transplante.

Em Portugal, este tratamento é feito no âmbito de um Programa de Acesso Precoce (PAP) aprovado pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, e, neste caso, vai abranger até oito doentes.

Para aplicar os tratamentos já estão credenciados dois hospitais públicos, o IPO do Porto e o IPO de Lisboa, o que demonstra que “o Serviço Nacional de Saúde está a garantir o acesso às tecnologias da saúde mais inovadoras”.

A nova terapia genética consiste em retirar ao doente linfócitos T, ou seja, células que defendem o organismo de agentes desconhecidos, como as células cancerosas, modificar os linfócitos T em laboratório, para que sejam mais expeditos no combate à doença, e depois fazer a sua infusão no doente.

O Ministério da Saúde (MS) indicou que “nesta fase, estão em avaliação dois tratamentos com recurso a esta tecnologia”, mas lembrou que “uma das empresas submeteu ao Infarmed um PAP para oito doentes, que foi aprovado em março”.

Atualmente “o custo da terapêutica ronda 350 mil euros por doente, embora ainda esteja em curso o processo de avaliação fármaco/económica”.

O MS esclareceu que “com a submissão do primeiro processo de avaliação para tratamento com células CAR T em Portugal, foi criado um grupo de trabalho constituído pelo Infarmed, Direção-Geral da Saúde (DGS), Coordenação Nacional das Doenças Oncológicas e Registo Oncológico Nacional (RON)”, tendo este grupo definido “os necessários critérios clínicos e aprovado os centros de tratamentos com esta tecnologia, o IPO de Lisboa e IPO do Porto.