Jovens profissionais de saúde levam à Ministra da Saúde um Plano para resolver principais desafios que os afetam

Jovens profissionais de saúde levam à Ministra da Saúde um Plano para resolver principais desafios que os afetam
Jovens profissionais de saúde levam à Ministra da Saúde um Plano para resolver principais desafios que os afetam

A Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, que agrega nove entidades representativas de jovens profissionais das áreas médica, médico-dentária, médico-veterinária, farmacêutica, enfermagem, da nutrição, da psicologia e da fisioterapia lançou Plano de Motivação e Valorização.

Um Plano estratégico que pretende dar resposta aos desafios considerados estruturais que afetam milhares de jovens que exercem funções na área da saúde em Portugal, e que a Plataforma pretende entregue à Ministra da Saúde, hoje, 18 de agosto, em reunião agendada para discutir propostas prioritárias do setor jovem e profissional.

No documento, a Plataforma “identifica desafios críticos como a precariedade contratual, a ausência de progressão nas carreiras, os níveis alarmantes de stress e burnout e a emigração crescente de profissionais qualificados.”

A Plataforma, também relembra que os dados do seu Barómetro indicam que “apenas 10% dos jovens se declaram satisfeitos com as suas condições de trabalho e mais de 60% referem que os seus horários não permitem uma articulação aceitável entre vida pessoal e profissional.”

“Este plano é, antes de mais, uma exigência de responsabilidade coletiva. Os jovens profissionais de saúde continuam a entrar no sistema com uma forte vocação e sentido de missão, mas rapidamente se deparam com um cenário de desvalorização e instabilidade. Não podemos continuar a formar talento para exportar ou esgotar”, referiu, citado em comunicado, Lucas Chambel, representante da Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde.

A Plataforma propõe no seu Plano “soluções organizadas em cinco eixos de intervenção: carreiras, remuneração e condições contratuais; planeamento estratégico e gestão de recursos humanos; formação contínua e desenvolvimento profissional; bem-estar, saúde mental e conciliação da vida pessoal-profissional; e transdisciplinaridade, inovação e participação.”

Para Lucas Chambel “este documento apresenta soluções concretas, realistas e baseadas em evidência. Queremos que seja um ponto de viragem na forma como o país cuida de quem cuida. Acreditamos que a Ministra da Saúde reconhecerá esta oportunidade de compromisso com uma nova geração que está pronta para construir o futuro do SNS”.

Entre outras medidas, a Plataforma propõe no seu documento “a criação e reformulação das carreiras e grelhas salariais, incentivos para a fixação em zonas carenciadas com majoração salarial de pelo menos 40% durante os primeiros cinco anos de colocação, criação de programas de prevenção do burnout e de promoção do bem-estar laboral, implementação de um projeto-piloto de organização de horários mais sustentáveis e criação de equipas transdisciplinares no SNS.”

Lucas Chambel lembrou: “Estamos perante uma geração de profissionais altamente qualificados, motivados e com um forte sentido de missão, mas que enfrenta obstáculos inaceitáveis no início da sua carreira.” E concluiu: “Este plano é uma chamada de atenção e, acima de tudo, uma proposta de ação concreta para garantir um sistema de saúde mais justo, sustentável e centrado nas pessoas: profissionais e utentes”.

A Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde indicou estar comprometida com um diálogo construtivo pelo que “solicita ao Governo que assuma a implementação progressiva das medidas entre 2025 e 2028, com a criação de uma estrutura técnica de acompanhamento e um painel público de indicadores de monitorização.”