Laboratório Militar pode vir a produzir mais medicamentos e tratar plasma

Ministros da Defesa e da Saúde querem Laboratório Militar a produzir mais medicamentos, os que a indústria farmacêutica não produz por desinteresse económico, mas que criam lacuna terapêutica, e os derivados do plasma português.

Laboratório Militar pode vir a produzir mais medicamentos e tratar plasma
Laboratório Militar pode vir a produzir mais medicamentos e tratar plasma. Foto: © DR

O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, e o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciam reforço da cooperação estratégica entre o Laboratório Militar e entidades da saúde nas áreas do medicamento e do sangue.

Um despacho conjunto, dos dois ministros, publicado hoje, 3 de fevereiro, em Diário da República, constituí um grupo de trabalho, que envolve organismos e serviços da Defesa e da Saúde. Este grupo deverá estudar a possibilidade de o Laboratório Militar intensificar a produção de medicamentos inexistentes no mercado português.

O Laboratório Militar já produz e distribui a metadona destinada ao programa do Sistema Nacional de Saúde de substituição opióide, bem como produz e disponibiliza ao SNS soluções orais pediátricas e pequenos lotes dos designados ‘medicamentos órfãos’ destinados a doenças raras.

O Laboratório poderá também vir a produzir outros medicamentos “que não se encontrem no mercado por desinteresse económico por parte da indústria farmacêutica, mas que continuam a constituir uma lacuna terapêutica, prevenindo, desta forma, ruturas no abastecimento de medicamentos que podem ter impacto negativo nos cuidados prestados aos doentes”.

O grupo agora constituído pelos ministros “deverá também avaliar as condições do Laboratório Militar para o eventual tratamento industrial do plasma português, com vista à produção de medicamentos derivados do plasma”.

O Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos é um Estabelecimento Fabril do Exército foi criado em 1947, mas a fundação remonta a 1918, ao final da Grande Guerra, “devido aos ensinamentos retirados da falta de apoio farmacêutico organizado e centralizado que dificultava as ações sanitárias na frente de combate”.

Os Ministros da Defesa e da Saúde referiram, durante a visita às instalações e áreas de produção do Laboratório Militar, que estão empenhados em aprofundar a cooperação para satisfazer algumas das atuais necessidades nas áreas do sangue e do medicamento.

A cooperação entre Laboratório Militar e as entidades com competência nas áreas do medicamento e do sangue “permite proteger a soberania nacional, garantir a prossecução do interesse público e obter economias através do incremento de sinergias”.