Loures vai ter centro regional da Agência de Energia Atómica

No campus tecnológico e nuclear de Loures vai ser criado um centro regional da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), anunciou hoje, 5 de dezembro, o Ministro Manuel Heitor na Conferência Ministerial sobre Segurança Nuclear, na Áustria.

Loures vai ter centro regional da Agência de Energia Atómica
Loures vai ter centro regional da Agência de Energia Atómica. Foto: © DR

Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), anunciou hoje, 5 de dezembro, na Conferência Ministerial sobre Segurança Nuclear, em Viena, na Áustria, a criação de um centro regional da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) no campus tecnológico e nuclear da Bobadela, em Loures. O objetivo é estimular a cooperação científica no ensino superior, no setor da energia atómica.

O Ministro referiu que Portugal pretende reforçar plataformas internacionais de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e de formação avançada na área da física e das aplicações nucleares de elevada segurança, designadamente no setor da saúde, incluindo formas emergentes de medicina nuclear e apoio médico especializado.

Manuel Heitor indicou na conferência que pretende reforçar a posição de Portugal na AIEA, de modo a desenvolver a capacidade existente no campus tecnológico e nuclear da Bobadela, para a criação de um “Centro de formação, investigação e apoio a aplicações nucleares seguras” orientado para as futuras gerações de profissionais de aplicações nucleares, com ênfase no setor da saúde.

De acordo com o comunicado do MCTES, o objetivo é promover o campus nuclear de Loures, em estreita interação com a estratégia da AIEA, para o desenvolvimento de um centro regional da Agência, e trabalhar em estreita parceria com governos europeus e africanos e atores industriais do setor em todo o mundo.

Manuel Heitor pretende que o Centro regional da AIEA de Loures seja criado nos próximos dois anos, em estreita colaboração com o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e o Município de Loures, com base nos investimentos realizados nas duas últimas décadas em programas europeus de investigação e formação em fusão e fissão nuclear.

O comunicado do MCTES refere que “Portugal está empenhado em promover a cooperação científica e tecnológica multilateral em sistemas complexos de engenharia e ciências físicas para uma abordagem integrada de aplicações nucleares seguras, juntamente com os métodos emergentes de ciência dos dados para a governação de riscos”.

Uma área particular em que Portugal está empenhado é “a medicina nuclear e práticas associadas de saúde, como práticas seguras e fiáveis, bem como em garantir a sua disponibilidade a nível mundial em todos os sistemas de saúde”, referiu o MCTES.

No entanto, o MCTES indicou que são necessários “grandes esforços internacionais, públicos e privados, para promover a formação de engenharia física tecnológica e biomédica e de tecnologias e práticas de saúde (incluindo enfermagem especializada)”.

Só com formação especializada é possível “melhorar os sistemas de saúde e a capacidade de facilitar os melhores cuidados médicos e serviços a todos os nossos cidadãos”, acrescentou o MCTES.