Marcelo lembra os autarcas que nos deixaram ao serviço das populações

Em tempo de pandemia os autarcas “foram excecionais a acorrer a casos dramáticos”, refere o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Para quem vier a ser eleito “a nossa exigente esperança” é a recuperação “da mais inesperada e abrupta crise do último século”.

Marcelo lembra os autarcas que nos deixaram ao serviço das populações
Marcelo lembra os autarcas que nos deixaram ao serviço das populações. Foto: © Rui Ochoa/Presidência da República

A mensagem do Presidente da República, em vésperas das eleições autárquicas de 2021, inclui o reconhecimento a todos os candidatos autarcas pelas campanhas, em tempos de pandemia, mas também o reconhecimento aos autarcas que pandemia estiveram ao serviço da população. Marcelo Rebelo de Sousa faz um apelo para que todos vão votar com a exigência aos futuros autarcas eleitos que a missão essencial é recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século.

Texto completo da mensagem:

As eleições de amanhã, as décimas terceiras eleições locais da nossa Democracia são, no entanto, as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo – a da pandemia, a da economia e a da sociedade.

Nós sabemos que a memória das pessoas é, frequentemente, curta. Mas, desta vez, não esquecemos nem esqueceremos.

Até ao início de maio, vivíamos em estado de emergência. Em junho, em estado de calamidade.

As restrições permaneciam quando as eleições foram convocadas, em julho, e as candidaturas apresentadas, em agosto. E muitas dessas restrições duraram até à própria campanha eleitoral, em setembro. À medida que a notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia – mérito do pessoal da Saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos Portugueses.

Tudo isto, numas eleições que envolveram não dezenas ou centenas de portugueses, mas centenas de milhares de candidatos para três mil e noventa e duas Assembleias de Freguesia, trezentas e oito Assembleias Municipais e mais trezentas e oito Câmaras Municipais.

Para a coragem cívica de todas e de todos que se empenharam em longas e difíceis campanhas, vai o nosso acrescido reconhecimento.

Só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples – eu sei do que falo – pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta.

Para o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades – no poder ou na oposição – ao longo do último ano e meio, vai a nossa profunda gratidão.

Em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações.

Foram excecionais a acorrer a casos dramáticos, tantas vezes sem meios, sem tempo, para tamanhas urgências. Em casas, em lares, em escolas, em locais de trabalho e em unidades de saúde.

Descobriram material de proteção sanitária, testes, ventiladores, improvisaram espaços de isolamento profilático, serenaram emigrantes, ajudaram infetados, apoiaram desempregados e insolventes, choraram mortos e deram força a vivos.

É isto ser-se autarca. E, ser-se autarca, numa crise, na saúde, na economia e na sociedade.

Para quem vier a ser eleito, tendo a missão essencial de recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século, vai a nossa exigente esperança.

Finalmente, para os eleitores, vai o meu veemente apelo.

Um apelo como Presidente da República, mas também como português.

Votar amanhã é mais importante do que nunca.

É um redobrado dever de consciência.

Por memória deste ano e meio que não esqueceremos.

Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito.