Ministra da Administração Interna demitiu-se

Constança Urbano de Sousa, Ministra da Administração Interna, pediu a demissão, que já foi aceite pelo Primeiro-Ministro. A Ministra já tinha pedido para sair do Governo em junho, na sequência da tragédia dos incêndios em Pedrogão Grande.

Constança Urbano de Sousa, Ministra da Administração Interna
Constança Urbano de Sousa, Ministra da Administração Interna. Foto: TVEuropa

Constança Urbano de Sousa, em junho, logo a seguir à tragédia dos incêndios em Pedrogão Grande, pediu ao Primeiro-Ministro que a liberta-se das funções de Ministra da Administração Interna (MAI), um pedido que, agora depois de mais uma grande tragédia dos incêndios do dia 15, colocou formalmente, e que foi aceite.

Em nota à Comunicação Social o Primeiro-Ministro indica que a Ministra lhe apresentou formalmente o seu pedido de demissão em termos que não pode recusar, e agradece “à Professora Doutora Constança Urbano de Sousa a dedicação e empenho com que serviu o País no desempenho das suas funções.”

Constança Urbano de Sousa refere, na carta de pedido de demissão, que logo a seguir à tragédia de Pedrogão insistiu com António Costa, Primeiro-Ministro, para a libertar das funções de Ministra da Administração Interna, mas diz: “Dei-lhe tempo para encontrar quem me substituisse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão. Fi-lo por uma questão de lealdade.”

Do Primeiro-Ministro recebeu a recusa e a indicação para se “manter em funções, sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as diversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposto pela Comissão Técnica Independente.”

Em face da posição de Antóno Costa, a Ministra refere: “Desde junho de 2017, aceitei manter-me em funções apenas com o propósito de servir o País e o Governo que lidera, a que tive a honra de pertencer”.

“Durante a tragédia deste fim de semana, voltei a solicitar que, logo após o seu periodo crítico, aceita-se a minha cessação de funções politicas, pois apesar de esta tragédia ser fruto de multiplos fatores, considerei que não não tinha as condições politicas e pessoais para continuar no exercicio deste cargo, muito embora contasse com a sua confiança”, escreve Constança Urbano de Sousa.

Ministra conclui a carta, dirigida a António Costa, referindo: “Tendo terminado o período crítico desta tragédia e estando já preparadas as propostas de medidas a discutir no Conselho de Ministros Extraordinário de dia 21 de outubro, considero que estão esgotadas as condições para me manter em funções, pelo que lhe apresento agora, formalmente, o meu pedido de dimissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal.”