Navios Creoula e Santa Maria Manuela fazem 80 anos

Creoula e Santa Maria Manuela comemoram 80 anos desde que foram lançados às águas. Para comemorar a data os navios vão estar atracados na Marina do Parque das Nações, em Lisboa, e abertos ao público para visita gratuita, no dia 9 e 10 de maio, entre as 11h00 e as 18h00.

Navios Creoula e Santa Maria Manuel na Marina do Parque das Nações, em Lisboa
Navios Creoula e Santa Maria Manuel na Marina do Parque das Nações, em Lisboa. Foto: Marinha

No dia 10 de maio, os navios ‘gémeos’ Creoula e Santa Maria Manuela completam oito décadas de existência. O Creoula está ao serviço da Marinha Portuguesa desde 1987, e o Santa Maria Manuela, na posse do Grupo Jerónimo Martins desde 2016.

Para assinalar os 80 anos dos dois navios a Marinha e Grupo Jerónimo Martins associar-se abrindo ao público os navios, que vão estar atracados, lado a lado, na Marina do Parque das Nações, em Lisboa.

Os navios podem ser visitados gratuitamente nos dias 9 e 10 de maio, das 11h00 às 18h00, no dia 10 o Santa Maria Manuela vai receber visitas até às 20h00. Uma oportunidade rara de ver os dois navios juntos, conhecer melhor uma atividade que envolveu os navios e que marcou sucessivas gerações de marinheiros e contactar com as guarnições.

Ambos os navios foram construídos nos antigos Estaleiros da CUF, no tempo recorde de 62 dias. Os navios tinham como missão “a árdua atividade da pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova e pertenciam à mítica Frota Branca Portuguesa.”

A tradicional cerimónia do ‘bota-abaixo’, que consistiu no lançamento às águas dos navios, deu-se a 10 de maio de 1937, “um momento marcante para o País”, tendo assistido à cerimónia centenas de populares para além das mais importantes figuras de Estado, nomeadamente o Presidente da República Marechal Óscar Carmona. Um acontecimento que teve grande destaque na comunicação social da época.

Creoula no Tejo
Creoula no Tejo. Foto: Rosa Pinto

O Creoula
O Creoula encontra-se ao serviço do país desde 1937, tendo sido transferido para a Marinha em 1987 como Navio de Treino de Mar, onde já embarcaram milhares jovens.

Em 1979 o Creoula foi adquirido por compra à Parceria Geral de Pescarias pela Secretaria de Estado das Pescas, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, com a finalidade de nele ser instalado um museu de pesca. Mas na primeira docagem, verificou-se que o casco encontrava-se em ótimas condições.

Em vez de transformar o navio em museu foi decidido manter o navio a navegar e transforma-lo em Navio de Treino de Mar (NTM) e entregue à Marinha Portuguesa “para apoio na formação de pescadores e possibilitar a vivência de jovens com o mar.” O navio foi submetido a uma intervenção em que “a zona de meio navio, onde ficava o porão de peixe, foi redimensionada e aproveitada para as cobertas de instruendos, camarotes e câmara de sargentos, refeitório das praças e instruendos, casas de banho e estação tratadora de esgotos.”

Em 1992 o navio foi submetido a novas alterações “na zona de meio navio, de que se destaca o aproveitamento duma das cobertas de 9 instruendos em benefício de um espaço que funciona como biblioteca e sala de aulas.”

Santa Maria Manuela no Tejo
Santa Maria Manuela no Tejo. Foto: Rosa Pinto

O Santa Maria Manuela
Entre 1937 e 1993, o navio Santa Maria Manuela transportou milhares de pescadores para a pesca do bacalhau na Terra Nova e Gronelândia. “Durante esse período, venceu tempestades e evitou os submarinos que ocupavam as águas do Atlântico durante a II Guerra Mundial.”

O Santa Maria Manuela é um dos últimos exemplares da ‘mítica’ Frota Branca Portuguesa, conjunto de bacalhoeiros que pintou o casco de branco para evitar os conflitos militares.

Entre 2007 e 2010, o navio foi recuperado pela empresa Pascoal e em novembro de 2016 foi adquirido pela empresa Recheio Cash & Carry, do Grupo Jerónimo Martins.