
O bullying na escola é uma realidade que preocupa milhares de famílias em Portugal e as estimativas apontam para que uma em cada três crianças já tenha sido vítima. Muitos casos continuam a permanecer em silêncio, por vergonha ou medo de represálias, indica a Giotto, marca escolar da Fila Iberia.
Numa parecia com o Instituto de Apoio à Criança (IAC) a Giotto descreve algumas orientações práticas com o objetivo de apoiar pais, mães e tutores na prevenção e no acompanhamento de situações de bullying na escola.
■ Não desvalorizar sinais de alerta. O bullying não é “normal” nem faz parte do crescimento. Crianças vítimas podem revelar ansiedade antes de ir para a escola, queixas físicas recorrentes, cansaço extremo, apatia, alterações de humor, isolamento ou irritabilidade.
■ Observar eventuais marcas físicas que possam surgir sem explicação clara, roupas e materiais danificados, pesadelos, choro durante a noite ou até pedidos de dinheiro adicionais. Ainda que alguns destes sinais possam estar associados a outras fases do desenvolvimento, a acumulação deste tipo de manifestações deve ser motivo de atenção redobrada.
■ Criar um espaço de confiança, pois muitas vezes as crianças não contam o que vivem por receio que não confiem nelas ou por medo que a situação piore. Escutar sem julgamentos, dar tempo e atenção e mostrar disponibilidade constante ajuda a quebrar o silêncio. Nesta fase, reforçar a autoestima da criança é fundamental: valorizar as suas conquistas e qualidades contribui para contrariar a insegurança e o impacto emocional do bullying.
■ Explicar claramente o que é o bullying e transmitir que, tal como qualquer outra forma de violência, não é tolerável. Quanto mais informadas estiverem, mais facilmente as crianças identificam episódios e os partilham, seja quando são vítimas, seja quando testemunham situações com colegas. A denúncia deve ser sempre encorajada, lembrando que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas um ato de coragem.
■ Dialogar regularmente é essencial, pois conversar todos os dias sobre a escola, os amigos e as atividades cria o hábito da partilha e ajuda a identificar problemas. Perguntas simples sobre o recreio, o refeitório ou os trabalhos de grupo revelam dinâmicas e permitem aos pais perceber se algo não está bem. Aproveitar situações mediáticas ou exemplos próximos para introduzir o tema é igualmente útil, bem como partilhar experiências pessoais da época escolar, mostrando que o bullying pode acontecer a qualquer pessoa.
■ Recorrer a apoio especializado, pois os psicólogos, mediadores escolares e associações podem disponibilizar ferramentas adicionais e acompanhar tanto a vítima como o agressor, que também precisa de orientação para mudar comportamentos. Nesse processo, a comunicação com professores e a direção da escola é indispensável, garantindo que todos os intervenientes estão alinhados e comprometidos em resolver a situação.
No Dia Mundial de Combate ao Bullying, 20 de outubro, a Giotto e o IAC promovem às 18h00, uma sessão online gratuita aberta a toda a comunidade, onde Diana Ginja, atriz e autora de apenas 12 anos, que superou o bullying irá partilhar a sua experiência pessoal. Haverá um debate sobre ferramentas práticas de prevenção, deteção e ação.













