Número de transplantes aumentou em 2017, mas há um alerta

Portugal aumentou número de transplantes em 2017, mas Sociedade Portuguesa de Transplantação alerta que os transplantes estão em risco, faltam elementos nos Cuidados Intensivos, Coordenação e das Unidades de Transplantação. Dia do Transplante é celebrado em Coimbra.

Número de transplantes aumentou em 2017, mas há um alerta
Número de transplantes aumentou em 2017, mas há um alerta. Dia do Transplante celebrado em Coimbra. Foto: DR

Em 2017 aumentou o número de transplantes em relação a anos anteriores, mas o número ficou abaixo os recordes de 2009 e 2010. Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) lembrou: “Fomos os segundos a nível mundial, com 34 dadores por milhão de habitante.”

A presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) alertou que para manter, pelo menos, estes números é necessário aumentar o número de elementos das equipas de Cuidados Intensivos, Coordenação e das Unidades de Transplantação.

É notório o esforço desenvolvido por todas as equipas que se encontram a trabalhar no limite sem que haja investimento da tutela nesta área, quer a nível de recursos humanos quer a nível de infra-estruturas.

No dia 20 de julho é celebrado o Dia do Transplante, uma efeméride que a SPT indicou que “continua a lutar para que se torne uma celebração nacional, mantendo, para isso, uma petição e convidando todo os portugueses a darem o seu contributo para a criação do Dia Nacional do Transplante.”

Susana Sampaio indicou que o Dia Nacional do Transplante “é uma forma de homenagear, em primeiro lugar, todos os dadores, os recetores, assim como todos os profissionais envolvidos nesta área.”

Nos últimos 10 anos a SPT tem vindo a comemorar, no dia 20 julho, o primeiro transplante realizado em Portugal pela equipa do Professor Linhares Furtado, em Coimbra. É em Coimbra que, este ano, recebe no Pavilhão Centro de Portugal, a cerimónia solene, subordinada ao tema ‘O Transplante e a Arte’.

A presidente da SPT explicou que existe uma relação muito evidente no início da transplantação, com a arte, quando “os seus pioneiros de alguma forma necessitaram de possuir arte e engenho para ultrapassar as dificuldades que sentiram, numa época em que esta técnica dava os primeiros passos”, mas que não desapareceu nos dias de hoje.

“A arte é uma das melhores formas de o ser humano expressar as suas emoções e sentimentos. E o mundo da transplantação pode ser uma avalanche de emoções, quer para os dadores, para os recetores e mesmo para os profissionais de saúde”, pelo que no Dia do Transplante pretende-se “homenagear todos os intervenientes na transplantação e chamar a atenção para a transplantação através da ARTE e ao mesmo tempo divulgar algumas das suas expressões.”

Mas a presidente da SPT chama ainda a atenção para a necessidade procurar ir mais além, dado que o número de dadores falecidos não consegue suprir as necessidades de órgãos para os doentes em lista de espera, “uma forma de aumentar a doação é através da doação em vida. São, por isso, necessárias campanhas, para sensibilizar potenciais dadores e profissionais de saúde, que poderão ajudar a responder a todas as dúvidas que possam surgir.”