Em 2024, muitos viticultores deixaram as uvas por colher, ou por não conseguirem encontrar compradores ou pelo facto de o preço que lhes foi oferecido implicar um prejuízo demasiado avultado e não compensar o seu trabalho, após um ano de investimento nas vinhas, escreve em comunicado enviado à imprensa a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE).
No comunicado o Presidente da Direção da ANCEVE, Paulo Amorim, refere que a partir da última vindima “passamos a ter um sector diferente, mais crispado, menos unido e com muitos viticultores, produtores, comerciantes e exportadores a tentarem vender as suas empresas ou a ponderarem pura e simplesmente abandonar a atividade, por ser clara e insustentavelmente deficitária.”
Se 2024 a situação foi dificil para o setor vinícola, Paulo Amorim prevê que a vindima de 2025 seja “muito provavelmente ainda mais dramática”, dado haver indicações que os compradores tradicionais estarem a anunciar aos viticultores um desinteresse na aquisição das uvas.
Para a ANCEVE, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), uma Instituição fundamental para a fileira vitivinícola, encontra-se, no seu entender,Vin numa situação de “indefinição e paralisia, em consequência da exoneração verbal do seu Conselho Diretivo em Janeiro passado”, e passados 6 meses não se ter verificar uma intervenção pela tutela, o que para a ANCEVE “impacta muito negativamente um sector que sofre neste momento os efeitos gravíssimos de uma crise internacional com tendência a agravar-se nos próximos tempos.”
Paulo Amorim lembra que o sector não foi auscultado quanto à exoneração do Conselho Diretivo do IVV, bem como à equipa que eventualmente venha a ser designada para o IVV. O Presidente da Direção da ANCEVE refere ainda que “desconhece os motivos para a decisão intempestiva do Governo” em relação ao IVV.
As exportações de vinho estavam a crescer no início do ano mas “a incerteza no comércio internacional causada pela política tarifária de Donald Trump, conjugada com o consumo de vinho em queda a nível global e com as campanhas anti-vinho, inverteram a tendência”, refere a ANCEVE.
Dada a atual situação do setor a ANCEVE indica que solicitou uma reunião com carácter de urgência com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, para debater a situação e tendo em conta as perspetivas que considera “dramáticas para a vindima que se avizinha” de modo a serem consideradas “as medidas necessárias que é imperioso adoptar.”













