Ponte sobre o Tejo faz 50 anos

Ponte sobre o Tejo é uma das obras estruturantes do desenvolvimento económico e social do país. Um desejo que se manteve por várias gerações e que há 50 se tornou realidade.

No Programa das Comemorações da Inauguração da Ponte Sobre o Tejo, em Lisboa, de 6 de agosto de 1966, podia ler-se: 10,30 horas – Cerimónia da inauguração da Ponte; 13,00 horas – Chegada do Cortejo que acompanha Sua Excelência o Chefe do Estado à Praça Afonso de Albuquerque e desfile em frente ao Palácio de Belém; A ponte ficará aberta ao tráfego a partir das 13,30 horas.

Após o início da obra, em novembro de 1966, não foram necessários os 4 anos previstos para que a ponte entrasse em funcionamento. De acordo com a imprensa da época os 1.012,88 metros de vão central e o total dos 2.300 metros entre ancoragens deram à ponte o estatuto de maior ponte suspensa da Europa. Este estatuto poderá ter justificado que a transmissão da inauguração por televisão tenha chegado a um número estimado de 100 milhões de europeus, como colocou em primeira página o Diário de Noticias na edição de 7 de agosto de 1966.

No seguimento de um concurso internacional, a construção da ponte foi adjudicada à americana ‘United States Steel Export Company’. A infraestrutura compreendeu para além da ponte sobre o rio, 14 vãos suportados por pilares gémeos que estabelecem o tabuleiro desde a Avenida da Índia até à Rua Qtª. do Jacinto, no Alvito, numa extensão superior a 945 metros.

A ponte foi projetada para suportar, também, ferrovia pelo que a adjudicação compreendeu logo na primeira fase a construção de um túnel na margem sul, sob a Praça da Portagem, com um comprimento de 600 metros.

As duas torres principais em liga de aço carbono possuem uma altura de 190,5 metros acima do nível da água do rio medidos a partir da preia-mar de águas vivas, e uma fundação sobre rocha a uma profundidade de 35 metros da torre norte e a 80 metros da torre sul.

O tabuleiro sobre o rio é suspenso por dois cabos principais com 58,6 cm de diâmetro cada. Os cabos são constituídos por 37 feixes de 304 fios cada. Estes cabos são amarrados a dois maciços de betão, a norte junto à Avenida da Índia e a sul na Praça da Portagem.

Hoje a ponte não é só rodoviária mas também ferroviária. Em 1995 a ponte foi reforçada, alargado o tabuleiro rodoviário e foi instalada via-férrea dupla no tabuleiro inferior. O reforço da ponte envolveu a construção de mais dois cabos de suspensão e respetivos blocos de amarração a norte e a sul.

Diariamente circulam na ponte sobre o Tejo, designada por Ponte 25 de Abril, uma média de 140 mil veículos e 143 comboios mas, de acordo com dados estatísticos, o maior número de veículos a utilizar a ponte foi em 2005 ao atingir nesse ano os 57 milhões.

No dia 6 de agosto de 2016 faz exatamente 50 anos que a ponte liga por rodovia as duas margens do Tejo. Um dia para comemorar mas também para recordar os que durante a construção perderam a vida para que hoje a ponte continue a servir milhares de pessoas, num movimento constante de deslocações entre Lisboa e Almada.

Eram cerca das 12 horas, de 6 de agosto de 2016, quando da fragata Esperança junto à margem norte, em Alcântara, foram lançadas flores às águas, em memória dos trabalhadores que perderam a vida na execução da obra.