Portugal reforça meios para diagnóstico do cancro

Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde inaugura ciclotrão de energia variável para otimizar produção de isótopos para diagnóstico de cancro. Manuel Heitor referiu a necessidade do reforço em I&D para integrar “Missão Europeia de I&D em Cancro”.

Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Genebra, na Suíça, no Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016
Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Genebra, na Suíça, no Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016, Foto: © DR

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, celebrou, hoje, dia 26 de abril, o 10º aniversário. Na cerimónia que incluiu a inauguração do ciclotrão de energia variável para otimizar a produção de isótopos esteve presente Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

Manuel Heitor referiu que tem havido um reforço das atividades de investigação clinica orientadas para o diagnóstico, cura, tratamento e prevenção do cancro e que esse reforço vai permitir a integração adequada de Portugal na “Missão Europeia de I&D em Cancro”, que tem como objetivo garantir que em 2030, 3 em cada 4 doentes de cancro possa ter mais longa perspetiva de vida.

O novo ciclotrão de energia variável é um acelerador de partículas desenvolvido pelo ICNAS em parceria com a multinacional belga Ion Beam Applications (IBA), e que vai permitir otimizar a produção de Gálio-68, um dos isótopos para diagnóstico de cancro, fabricados no ICNAS.

O ciclotrão é uma importante infraestrutura e o Ministro Manuel Heitor lembrou que o alargamento recente do roteiro nacional das infraestruturas científicas e de investigação permite antecipar e alavancar a participação nacional no próximo programa-quadro europeu de Investigação e Inovação, o “Horizonte Europa”, incluindo as seguintes infraestruturas:

Rede nacional de centros compreensivos de cancro, de modo a garantir a integração adequada de Portugal na estratégia europeia de Comprehensive Cancer Centres, (CCC), assim como estimular a participação portuguesa na Rede EU Cancer Core e a participação efetiva nacional nas atividades de investigação clínica em promoção a nível europeu;

Rede de terapias avançadas de cancro, de modo a promover a introdução em Portugal de formação e cuidados de saúde associados ao tratamento de doentes com cancro com recurso a novas tecnologias, incluindo protónica, envolvendo entidades com particular intervenção no diagnóstico e tratamento do cancro.

O apoio à criação e promoção das redes de infraestruturas científicas é realizado através de fundos estruturais, como a criação e o financiamento da rede de Laboratórios Colaborativos, que devido à reprogramação aprovada no final de 2018, pode alcançar mais de 80 milhões de euros para os próximos 3 anos. A articulação do financiamento comunitário, através de fundos estruturais para Portugal, com fundos de gestão centralizados do programa Horizonte é fundamental para garantir e acelerar o processo de convergência europeia.

Portugal atraiu em 2018, por empresas e instituições científicas e académicas, e no âmbito do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, mais 170 milhões de euros para atividades de I&D. Um valor que representa um máximo histórico na participação nacional em programas europeus de gestão centralizada.

Para o MCTES este sucesso da crescente participação portuguesa no atual programa-quadro europeu de Investigação e Inovação, veio reforçar a ambição de fortalecer e tentar duplicar a participação de Portugal no próximo programa-quadro europeu de Investigação e Inovação para o período 2021-27, o Horizonte Europa, e em outros programas afins relevantes.

Para reforçar as capacidades de intervenção da portuguesa Gabinete de Promoção do Programa Quadro de I&DT desenvolveu a rede Portugal in Europe Research and Innovation Network (PERIN). O objetivo é garantir uma estratégia de convergência efetiva para a Europa do Conhecimento até 2030 facilitando a concretização da “Estratégia de Inovação para Portugal 2018-2030”, através de um debate conjunto e profundo por todo o país e em áreas prioritárias no que diz respeito à promoção das atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal: saúde, inteligência artificial, tecnologias de produção e agroalimentar.

Durante a visita ao ICNAS, Manuel Heitor, visitou também as instalações onde funcionam as áreas clínica e pré-clínica do ICNAS, onde são desenvolvidos projetos em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e com o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.