Presidente condecorou António Champalimaud com ordem de mérito

António Champalimaud foi condecorado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito pelo Presidente da Republica. A condecoração decorreu no final da décima edição de entrega do Prémio António Champalimaud de Visão 2016.

Presidente condecorou António Champalimaud com ordem de mérito
Presidente condecorou António Champalimaud com ordem de mérito. Foto: © TV Europa

Durante a cerimónia de mais uma entrega do Prémio António Champalimaud de Visão, que chega este ano à décima edição, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a título póstumo, António Champalimaud, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito, tendo sido a filha Maria Luísa Champalimaud a receber a condecoração.

O Presidente no seu discurso lembrou que a Fundação Champalimaud é uma obra dedicada à ciência e ao tratamento de doenças como o cancro, doenças do cérebro e da visão, e tem contribuído de forma decisiva para a introdução em Portugal da designada medicina translacional. A Fundação atribui todos os anos um prémio no valor de 1 milhão de euros para apoio à ciência e ação no terreno no auxílio aos que sofrem de doenças da visão, mas que só existe “porque um homem a sonhou e a decidiu instituir”, referiu o Presidente.

“Um homem que, como todas as personalidades fora do comum, suscitou admiração e acrimónias na sua vida empresarial, como nas suas posições cívicas. Incensado por uns e hostilizado por outros, amiúde fazendo alarde de como lhe era indiferente esse entrechocar de opiniões e de sentimentos”, refere Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas agora, indica o Presidente, o que importa é que num certo momento deu “um passo de inequívoco relevo filantrópico nacional e internacional. Esse passo que mais nenhum outro português deu, neste tempo, na área fundacional, com tão vasto alcance patrimonial e social”, o que define que “o talento de cada qual nunca é dissociável do contributo decisivo de outrem e de sentido legítimo de gratidão”.

Para o Presidente “a democracia portuguesa nunca reconheceu devidamente a envergadura da decisão fundadora” de António Champalimaud. “Quis o destino que coubesse a quem umas vezes louvou e algumas outras divergiu e criticou como cidadão, o empresário e cidadão António Champalimaud, o assumir a responsabilidade nacional de realçar e galardoar um benfeitor social António Champalimaud, condecorando-o a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito”.

O Presidente da República terminou referindo que se trata de “uma homenagem justa que a serena distância histórica a converte em inadiável. As forças das democracias reside em não terem complexos nem temores sempre que se trata de se fazer justiça, neste caso, fazer justiça em nome de Portugal”.