Projetos tecnológicos portugueses no Web Summit

Selecionados os 66 projetos portugueses para a Web Summit, o Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou duas linhas de financiamento para a criação de startups, no valor de 26 e 100 milhões de euros.

Projetos tecnológicos portugueses no Web Summit
Projetos tecnológicos portugueses no Web Summit. Foto: © TV Europa

Já são conhecidos os 66 projetos tecnológicos portugueses que vão representar Portugal no Web Summit 2016 que decorrerá, no mês de novembro, em Lisboa. Os projetos foram anunciados no Road 2 Web Summit que ocorreu hoje, 21 de setembro, no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.

No evento esteve presente António Costa, Primeiro-Ministro, Manuel Caldeira Cabral, Ministro da Economia, Fernando Medina, Presidente da Câmara de Lisboa, Secretários de Estado, bem como Paddy Cosgrave, um dos fundadores do Web Summit.

António Costa referiu que tinha visitado a exposição de 100 projetos do programa ‘ciência na escola’, desenvolvidos por crianças e jovens, desde os jardins-de-infância até ao secundário, e constatou que “muitos desses projetos têm condições para poderem ser desenvolvidos e transformarem-se em projetos empresariais”.

A qualidades de muitos projetos levou o Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, a assinar “um protocolo com a Fundação Ilídio Pinho (Fundação que apoia o programa ‘ciência na escola’) para transformar os melhores daqueles 100 projetos, em iniciativas de empreendedorismo e em startups que vão agora arrancar”, referiu o Primeiro-Ministro

“Este é o trabalho que temos de fazer, começar na Escola e deve passar para fora da Escola”, um trabalho que, “hoje temos aqui com estas 66 empresas, mas que temos de continuar a alargar”.

O Primeiro-Ministro referiu: “Somos um grande destino turístico, somos grandes produtores de sapatos, temos o melhor azeite do mundo, estamos a ficar com os melhores vinhos do mundo, somos ótimos no têxtil”, bem como somos “bons na indústria automóvel, somos parceiros num projeto da indústria aeronáutica, e temos hoje uma multiplicidade de empresas nas áreas das novas tecnologias e da inovação”.

Mas temos de dar “um novo perfil ao país”, e o “Web Summit é uma oportunidade única para mostrar o país, e para permitir que cada uma das nossas empresas possa estabelecer uma network”.

O mercado das empresas portuguesas não é, nem pode ser, o mercado dos 10 milhões de portugueses residentes em Portugal, só pode ser o mercado global, e esta “é a oportunidade que a era digital hoje oferece, e que tem de ser agarrada e aproveitada”, pelo que “a par do Web Summit temos uma estratégia que designamos Startup Portugal”.

A estratégia, refere António Costa, passa por ajudar a internacionalização das startups, pelo que algumas “startups portuguesas vão integrar missões governamentais a três cidades brasileiras, a São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais”, bem como vão estar presentes “no Fórum Empresarial de Lusofonia que tem lugar em Macau, no próximo mês de novembro”.

Mas para que a internacionalização tenha sucesso é necessário investimento e por isso António Costa anunciou a abertura de “duas linhas de financiamento, uma dirigida a ‘Business Angel’, no valor de 26 milhões de euros e uma outra de capital de risco no valor de 100 milhões de euros”. Duas linhas que devem “alavancar um investimento global superior a 300 milhões de euros”.

Para o Governo este é o maior financiamento até agora disponibilizado para “criar startups em Portugal”, pelo que “o Web Summit não é só um evento”, mas é “sobretudo uma alavanca fundamental para uma estratégia que tem que mobilizar e contagiar o conjunto do país”.

Premiados no Concurso Nacional de Ideias Inovadoras

Durante o Road 2 Web Summit foram também atribuídos os diplomas aos dez premiados no Concurso Nacional de Ideias Inovadoras. Ideias como o desenvolvimento de um sistema de Áudio-GPS, apresentado por João Moutinho, da Universidade do Porto, e que consiste em utilizar o smartphone ou o tablet para captar sinais sonoros emitidos por um sistema no interior de um edifício e desta forma conhecermos a posição global em que nos encontramos, tal como acontece quando usamos o sistema de GPS no exterior.

Outra das ideias vencedoras foi a apresentada por Benedita Camacho, da Universidade de Aveiro, que consiste na criação de pictogramas farmacêuticos para que todos possam tomar corretamente os medicamentos, dado que o processo não é fácil quando a toma envolve vários medicamentos ou quando estamos num país em que a língua nos é desconhecida.

O projeto apresentado por Fernando Santos e Vitor Paixão, da Fundação Champalimaud, envolve o desenvolvimento de um sistema de aquisição de sinais cerebrais que em conjunto com um jogo permite treinar o cérebro para atingir uma melhor performance e permitir controlar aparelhos externos.

Outro dos projetos premiados consiste em utilizar o telemóvel para gerir ideias de uma forma mais ágil e ligar a gestão de ideias ao capital humano. Por seu lado David Ângelo apresentou a ideia de regenerar a cartilagem do disco articular da articulação temporomandibular dado que esta impede 30% da população de mastigar corretamente.

Daniel Martins, outro dos premiados, pretende facilitar a vida a todos os neurologistas e psiquiatras através de um conjunto de algoritmos de aprendizagem automática aplicada a dados de doentes para auxiliar o diagnóstico, o prognóstico e a previsões de resposta à terapêutica, através de uma abordagem de medicina personalizada.

Cláudia Oliveira foi premiada pela ideia de reintroduzir madeira e a cortiça na Arquitetura, e promete colocar as fachadas dos edifícios mais verdes numa visão aplicada às novas smart cities.