“Quo Vadis, Europa?”: De que patriotismo precisa a Europa?

Nação. Patriotismo. Europa. Qual a relação entre estes três conceitos na identidade da Europa e o impacto que têm no seu futuro, a poucos dias das eleições europeias? A reflexão é feita a 24 de maio, no Ciclo Quo vadis, Europa? No Goethe-Institut, em Lisboa.

“Quo Vadis, Europa?: De que patriotismo precisa a Europa?
“Quo Vadis, Europa?: De que patriotismo precisa a Europa? na imagem: Thea Dorn e Pedro Mexia. Foto: DR

No dia 24 de maio, às 19h30, no Goethe-Institut, em Lisboa, a escritora e filósofa Thea Dorn e o cronista e crítico literário Pedro Mexia refletem sobre os atuais discursos que se apropriam dos conceitos de nação e patriotismo e sobre os mitos fundadores de Portugal e da Alemanha, sob o tema De que Patriotismo precisa a Europa? no âmbito do ciclo “Quo Vadis, Europa?

O debate é moderado por Tilo Wagner, correspondente em Portugal da rádio alemã Deutschlandfunk, e tem entrada livre e tradução simultânea alemão-português.

Os movimentos populistas de direita estão a ganhar uma força crescente na Europa. Na Alemanha, onde “nação” e “patriotismo” são, para muitos, termos historicamente problemáticos, há uma crescente resistência à sua apropriação pelos partidos políticos, o que só alimenta o ressentimento.

No seu mais recente livro Deutsch, nicht dumpf. Ein Leitfaden für aufgeklärte Patrioten (Alemão, não entediante. Um Guia para Patriotas Iluministas), a escritora Thea Dorn coloca a seguinte questão: de quanto patriotismo precisa a Alemanha? Dorn adverte para a necessidade de não deixar questões como pátria, cultura dominante e nação serem apropriadas pela direita.

Para Thea Dorn, o combate a estes movimentos populistas, muitas vezes antidemocráticos, não passa pelo europeísmo ou ideias associadas ao cosmopolitismo, mas sim por um novo conceito de patriotismo iluminista: uma nova forma de enquadrar o patriotismo nas raízes iluministas da cultura alemã. Mas, neste enquadramento, onde fica a Europa? Seremos uma Europa dos patriotas?

Tomando Portugal e a Alemanha como exemplo, Thea Dorn e Pedro Mexia vão discutir sobre os valores que derivam destas questões e procurar responder se estas podem servir da mesma forma a um patriotismo esclarecido e a uma comunidade europeia com uma identidade partilhada.

Thea Dorn nasceu em 1970. Estudou Filosofia e Teatro em Frankfurt, Viena e Berlim. Escreveu romances premiados (dos quais Die Unglückseligen é o mais recente), peças de teatro e ensaios. Em 2011, publicou, juntamente com Richard Wagner, Die deutsche Seele, uma enciclopédia histórico-cultural do que é alemão. O filme Männertreu, para o qual escreveu o argumento, recebeu o Prémio da Televisão Alemã e o Prémio Grimme. É membro integrante do Quarteto Literário desde março de 2017. Thea Dorn vive em Berlim.

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciado em Direito pela Universidade Católica. Doutorando no programa de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras de Lisboa. Crítico e cronista no Expresso. Integra o painel do programa Governo Sombra (TSF-TVI24) e é coautor, com Inês Meneses, de PBX (Radar /Expresso). Exerce funções de consultor para a cultura da Casa Civil do Presidente da República. Coordena a coleção de poesia das Edições Tinta-da-China. É codirector (com Gustavo Pacheco) da Granta em língua portuguesa. Publicou coletâneas de crónicas e diários. Tem traduzido poesia e teatro. A sua obra poética está reunida em Poemas Escolhidos (2018).

Tilo Wagner é jornalista independente alemão, correspondente em Portugal da rádio alemã Deutschlandfunk.