
Para conhecer e avaliar a prevalência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) está a realizar um estudo que incluir pessoas com menos de 40 anos.
Depois de uma fase piloto do estudo, a SPP está agora a abranger todo o território continental para determinar o impacto da DPOC, avaliar a gravidade da doença e conhecer quantas pessoas apresentam fatores de risco para o desenvolvimento da patologia. Um estudo que é dos primeiros a nível mundial a incluir pessoas abaixo dos 40 anos.
“Nunca tivemos, em Portugal, um estudo epidemiológico sobre DPOC e sobre doenças respiratórias, no global. Esta será a primeira oportunidade de investigar a prevalência real destas doenças no nosso país e as características das pessoas que sofrem dessas doenças, recorrendo a uma metodologia inovadora”, explicou, citado em comunicado, Jorge Ferreira, Presidente da SPP.
“O nosso entendimento atual sobre a DPOC já nos permite pensar para além do tabagismo enquanto fator isolado. Hoje em dia, temos uma perspetiva diferente e conseguimos relacionar dados individuais, desde o nascimento, que podem estar relacionados com a função pulmonar e com o desenvolvimento de doenças como a DPOC. Ao incluirmos no estudo indivíduos mais jovens, a partir dos 20 anos, vamos, com certeza, identificar muitos desses fatores de risco que, provavelmente, nunca tinham sido estudados neste âmbito, permitindo-nos desenhar uma estratégia de prevenção e de tratamento mais precoces”, acrescentou Jorge Ferreira.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a DPOC é a quarta causa de morte no mundo e a quinta em Portugal. A doença continua a ser pouco conhecida pelos portugueses, tendo um estudo realizado pela SPP em 2022 revelado que mais de 70% da população nunca tinha ouvido falar da doença. Trata-se de uma patologia progressiva que dificulta a respiração devido à limitação do fluxo de ar nos pulmões.
Entretendo, a SPP anunciou que o estudo irá começar a Norte, descendo progressivamente a Sul, para uma amostra de 9.000 participantes. Os resultados deverão ser conhecidos até ao final de 2026.













