O Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, tem vindo a implementar soluções técnicas inovadores e que são uma alternativa às utilizadas anteriormente para garantir uma estrutura física de suporte “amigável” às tapeçarias que atenue os efeitos da exposição na posição vertical. Para a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) a nova técnica vai permitir retardar a deterioração dos materiais das tapeçarias.
Para diminuir a concentração do peso na zona superior das tapeçarias, quando suportadas verticalmente são cosidas ao forro tiras verticais de velcro. A solução vai permitir prolongar o tempo de vida da coleção de tapeçarias e melhorar as condições de estudo, legibilidade e fruição pública.
A DRCN lembrou que a coleção têxtil é a de maior significado e importância de entre o acervo do Paço dos Duques de Bragança, e na origem da escolha de algumas das tapeçarias adquiridas para o Paço dos Duques houve o parecer da Dona Maria José Taxinha, o que permitiu reunir uma coleção de excelente qualidade, comprada no mercado nacional e internacional.
Os três tapetes Salting, produzidos na Pérsia, no século XVI, valiosos pela sua raridade e qualidade técnica, bem como o conjunto de tapeçarias produzidas na Bélgica, em Bruxelas, no século XVII são um dos exemplos da importância da coleção da tapeçaria, referiu a DRCN.
Da mesma forma merecem também menção as designadas “Tapeçarias de Pastrana”, cópias fiéis de tapeçarias que representam a conquista de Arzila e Tânger, perpetrada pelos portugueses no Norte de África, em 1471.
As “Tapeçarias de Pastrana” devem a designação ao facto de serem cópias únicas das tapeçarias do último quartel do século XV que se encontram na Colegiada de Pastrana, em Espanha. Trata-se de uma série de tapeçarias que narra a conquista no norte de África, em 1471, em que três tapeçarias representam a praça de Arzila e uma tapeçaria a tomada de Tânger, decorridas durante o reinado de D. Afonso V.
Para a DRCN as tapeçarias são muito provavelmente resultado de uma encomenda régia feita a um dos centros manufatureiros da Flandres (Tournai, Bélgica), no terceiro quartel do século XV, podendo supor-se “que as tapeçarias tivessem levado entre três a cinco anos de trabalho em quatro teares operando em simultâneo com dezasseis a 20 tapeceiros” (Maria Antónia Quina).
As tapeçarias são uma obra única no género, na Europa e no mundo, retratando com rigor histórico os acontecimentos bélicos ocorridos, os quais são, também, comprovados pela documentação existente.
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