Teatro do Bolhão apresenta “O prazer dos Objetos” no Museu Soares dos Reis

No Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, tem lugar o espetáculo “O prazer dos Objetos”, em novembro nos dias 24 e 25, às 19h00 e dia 26 às 16h00. O espetáculo do Teatro do Bolhão tem cariz solidário de apoio à campanha Unidos pelo Edu.

Teatro do Bolhão apresenta “O prazer dos Objetos” no Museu Soares dos Reis
Teatro do Bolhão apresenta “O prazer dos Objetos” no Museu Soares dos Reis. Foto: DR

O Teatro do Bolhão apresenta no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis o espetáculo “O Prazer dos Objetos” dias 24 e 25 de novembro (sexta-feira e sábado) às 19h e dia 26 de novembro (domingo) às 16h00. A apresentação tem um cariz solidário. A entrada é gratuita e a plateia é convidada a fazer um donativo de qualquer valor para a campanha Unidos pelo Edu.

Uma campanha Unidos pelo Edu que reverte a favor da reabilitação de Eduardo Cunha, jovem de 17 anos e aluno do Curso de Intérprete (Ator/Atriz) na ACE Escola de Artes. Em abril deste ano, teve um acidente numa piscina e sofreu uma lesão grave na cervical, estando agora, depois de um processo difícil e longo nos cuidados intensivos do Hospital de Santo António, em processo intenso de reabilitação. A família que o tem apoiado permanentemente lançou uma campanha de angariação de fundos @unidospeloedu à qual a ACE Escola de Artes, o Teatro do Bolhão e o Museu Nacional Soares dos Reis se associam.

A peça “O Prazer dos Objetos”, escrita e dirigida por Zeferino Mota, é apresentada em forma de palestra e aborda questões que se relacionam com património e memória, encontrando na sala de conferências de um museu o seu habitat natural.

Uma atriz na personagem de uma historiadora de arte apresenta a comunicação “O prazer dos Objetos”. A morte recente de uma pessoa próxima fizera-a descobrir como uma ausência significativa sacraliza fotografias, cartas, louças, gestos, etc e como são as relações de afinidade que tornam um objeto verdadeiro; torna-se real através de um vínculo e de uma proximidade.

Esta “revelação” é proposta diretamente ao público que ouve a “conferência”: o objeto sagrado pela memória é preservado, reciclado, convidado a ocupar um lugar, pode durar uma vida e pode mesmo ser um legado para futuras gerações; a sua contemplação demorada contrapõe-se ao ritmo do nosso tempo, em que as imagens passam de maneira fugaz pela retina e a multiplicidade de alternativas faz com que não tenhamos obrigação nem necessidade de nos demorarmos num lugar.

A biografia partilhada pela “performer” enquanto palestrante só aparentemente é individual; trata-se da história vivida por homens e mulheres que tentam chegar a um lugar que possam chamar lar.

O espetáculo é precedido de conversa e apresentação da escultura “O Desterrado”

No dia da estreia do espetáculo no Museu Nacional Soares dos Reis, a equipa técnica e artística do Teatro do Bolhão modera uma conversa, às 17h30, sobre os temas património e memória. Segue-se, às 18h40, e ainda antes do espetáculo, uma apresentação da obra-prima de António Soares dos Reis, “O Desterrado”. Paula Santos, do Museu Nacional Soares dos Reis, enquadra a emotividade saudosista que a escultura transmite no contexto em que a peça foi produzida, em Roma (1872), como prova final do curso de Escultura.