Área da transplantação deve ser prioridade na presidência portuguesa da União Europeia

Sociedade Portuguesa de Transplantação espera que a área da saúde relacionada com a doação e transplantação de órgãos seja considerada pela presidência de portuguesa do Conselho da União Europeia, como uma prioridade.

Área da transplantação deve ser prioridade na presidência portuguesa da União Europeia
Área da transplantação deve ser prioridade na presidência portuguesa da União Europeia. Foto: © Rosa Pinto

A doação e transplantação de órgãos deve ser uma prioridade nas políticas de saúde na União Europeia (UE) e a presidência portuguesa do Conselho da UE, que decorre nos primeiros seis meses de 2021, surge como uma oportunidade para colocar a área no topo das prioridades da Comissão Europeia.

Para a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) trata-se de uma janela de oportunidade como indicou Susana Sampaio, Presidente da SPT, e que foi objeto de debate com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a Ordem dos Médicos e as Associações de Doentes. Entidades que pretendem “fazer todos os esforços necessários para que a área de transplantação seja cada vez mais vista como uma prioridade nos sistemas de saúde e que a doação e recolha de órgãos inverta o decréscimo acentuado que tem vindo a registar ao longo dos últimos meses”.

As principais medidas, identificadas no encontro entre as entidades, para a área da transplantação, assentam em três eixos: melhorar a formação e coordenação das equipas no terreno, elaborar um plano de comunicação eficaz para obter mais dadores vivos e apostar na valorização dos profissionais de saúde ligados à área do transplante. Acresce ainda a importância do envolvimento político de todos os governantes, para que seja possível aplicar estas medidas em Portugal e estendê-las a outros países europeus.

Dados apresentados pelo IPST, Portugal tem sido um dos três países europeus com a taxa mais elevada de colheita de órgãos, por cada cem mil habitantes. No entanto, a pandemia da COVID-19 já levou a um decréscimo do número de transplantes realizados ao longo 2020, com uma queda de 52% do total de transplantes realizados entre janeiro e junho, acrescidos também de uma redução do número de dadores.

O medo dos dadores de se dirigirem aos hospitais, durante a pandemia, para doarem órgãos para transplantes foi um dos desafios identificados pelo Bastonário da Ordem dos Médicos e pelo Presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação.

O debate entre as diversas entidades ligadas à doação e transplantação de órgãos teve o apoio da Astellas Farma e a participação de representantes de várias entidades nacionais na área da saúde ligadas à transplantação e membros da Comissão Europeia permitiu debater o caminho a seguir neste domínio de ação da saúde, que no entender dos participantes, deve ser prioritária.