Deformidade no tórax tem implicações físicas e psicológicas

Peito escavado ou ‘pectus excavatum’ é uma doença caracterizada por uma deformação das costelas e do esterno, e conhecida como um ‘buraco’ no tórax. No dia 2 de julho vai reunir no Hospital Lusíadas Porto mais de 100 especialistas, incluindo o cirurgião pediátrico Donald Nuss.

Hospital Lusídas Porto
Hospital Lusídas Porto

Tiago Henriques Coelho, cirurgião pediátrico, do Hospital Lusíadas Porto, refere que o peito escavado apresenta consequências graves, sendo “do ponto de vista clínico uma doença que pode ter consequências avassaladoras para o doente com a manifestação de sintomas como dor torácica, falta de ar e intolerância ao exercício físico”.

Para além da componente de doença física, o cirurgião refere que “tem também graves repercussões para o doente a nível psicológico e social, uma vez que este fica condicionado a uma imagem com a qual não se identifica, evitando todo o tipo de atividades que exigem uma maior exposição do corpo como, por exemplo, ir à praia ou à piscina com os amigos”.

O peito escavado é na maioria dos casos identificável à nascença, e ocorre cerca de três vezes mais nos homens do que nas mulheres. Esta deformidade que pode assumir diversos graus de acentuação é das anormalidades torácicas congénitas a mais comum entre pessoas da mesma família. A doença afeta uma em cada 500 pessoas em todo o mundo, na sua maioria, pessoas altas e magras

Cientistas apontam que a origem da doença ainda não está totalmente esclarecida, no entanto, de acordo com estudos científicos, o fator genético aparece como relevante a ter em conta nas causas da doença, e em que as deformidades torácicas seriam consequência de distúrbios de crescimento de ossos e cartilagens, que levariam a um crescimento desproporcional do esterno e das costelas, revela estudo de Sidney A. Haje, publicado na revista científica Pediatric Radiology.

O tratamento médico da doença é considerado de forma distinta se o doente é criança ou adulto. No caso de o doente ser uma criança a abordagem não é cirúrgica, e no caso de o doente ser um adolescente ou um adulto “é necessário um tratamento cirúrgico com recurso a técnicas minimamente invasivas, nomeadamente a toracoscopia”.

No tratamento cirúrgico, a técnica de Nuss é uma das eleitas, “uma vez que permite a correção cirúrgica da doença sem cicatriz visível”. O autor da técnica, o cirurgião pediátrico Donald Nuss, é um dos participantes no ‘Oporto Pectus Meeting 2016’.

O encontro ‘Oporto Pectus Meeting 2016’ que irá decorrer no dia 2 de julho no Hospital Lusíadas Porto vai reunir mais de 100 especialistas da área, e a participação de um doente que falará, na primeira pessoa, sobre a doença.