Dia 16 de maio deve tornar-se no ‘Dia dos Cientistas’

Alexandre Quintanilha anunciou, durante a conferência ‘Caminhos do Conhecimento’, que o Partido Socialista vai apresentar à Assembleia da República um projeto de resolução para tornar, todos os anos, o dia 16 de maio conhecido como o ‘Dia dos Cientistas’.

Alexandre Quintanilha
Alexandre Quintanilha, na conferência ‘Caminhos do Conhecimento’. Foto: © TV Europa

Na conferência ‘Caminhos do Conhecimento’ dedicada ao legado de José Mariano Gago, cientista, professor, político e construtor da divulgação da cultura científica, que se realizou no dia 16 de maio, Alexandre Quintanilha, deputado e Presidente da Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da Republica, anunciou que o Partido Socialista “vai apresentar à Assembleia da República para que este dia (16 de maio) passe a ser conhecido por Dia dos Cientistas”. Um dia que coincide com o aniversário de nascimento de Mariano Gago.

Alexandre Quintanilha citou uma frase que atribui a Espinoza (filósofo racionalista do século XVII), “a liberdade é essencial para o progresso do conhecimento”, e referiu: “Acho que ninguém mais que José Mariano Gago assumiu esta frase para nos levar nestes caminhos do conhecimento”.

“Os caminhos do conhecimento começam por curiosidade, fazer perguntas” referiu Alexandre Quintanilha, e acrescentou: “Temos de ter a liberdade para poder fazer perguntas, as perguntas que quisermos em relação aquilo que desconhecemos, depois precisamos de ter liberdade, de ter a imaginação de pensar em respostas diferentes a essas perguntas”.

A liberdade é fundamental para todas as áreas do conhecimento, mas é preciso “persistência para testar essas respostas, para experimentar as respostas, para as eliminar ou as absorver no nosso eu e na nossa relação com o outro”.

Caminhos do conhecimento que “são exatamente os mesmos em todas as áreas do conhecimento”, logo a curiosidade, as perguntas e a imaginação das respostas acontecem “desde a física teórica, à filosofia, à biologia, à arquitetura, à engenharia até nas religiões”.

Para Alexandre Quintanilha, “o caminho do conhecimento é geral para todas as áreas em que nos envolvemos”, e refere que “José Mariano Gago foi uma das pessoas que, em Portugal, mais defendeu esta liberdade em todos os domínios do conhecimento”.

Mas outra das caraterísticas que atribui a Mariano Gago é o facto deste ter percebido que “em muitas das áreas atuais em que há problemas e há questões por resolver, é na interface dos domínios do conhecimento que aparecem as respostas mais interessantes”.

Para isso indica que “temos de saber combinar aquilo que vem de muitas áreas diferentes do conhecimento porque os problemas atuais são problemas altamente complexos e que necessitam precisamente disso”.

Mas Alexandre Quintanilha citou ainda outro grande nome da história da ciência, Leonardo da Vinci, a quem atribui a frase: “Quem discute invocando a autoridade exibe mais a sua memória do que a sua inteligência”.

Uma frase “que deveria estar escrita na entrada de todas as universidades portuguesas”, pois “muitas vezes somos seduzidos pela autoridade e deixamos de pensar”, indicou o Deputado e acrescentou “uma das coisas principais que José Mariano fez foi tentar que os mais jovens começassem a fazer perguntas e a duvidar daquilo que eram as certezas que todos acompanhávamos”.