Grandes desafios das TIC em debate em Genebra

Investimento em ciência, formação de recursos humanos, plataformas abertas, ciência aberta e mais cooperação científica e desenvolvimentos tecnológico, a nível global, defendeu o Ministro da Ciência, em Genebra.

Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Genebra, na Suíça, no Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016
Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Genebra, na Suíça, no Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016, Foto: © DR

Novos desafios colocados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como computação de dados, grandes volumes de dados e novos sistemas ciber-físicos, exigem mais investimento na investigação, defendeu Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Genebra, na Suíça, no Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016.

Mas para executar uma investigação e um desenvolvimento nas áreas de fronteira torna-se necessário, referiu o Ministro, aumentar o investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D), para atrair e reter recursos humanos qualificados em instituições científicas e académicas.

Para Manuel Heitor é necessário o reforço das políticas de ciência e isso implica uma atitude pragmática, o que designou por três I’s, ou seja, “Infraestruturas, Instituições e Incentivos”. No entanto, acrescentou que isto tem de ser feito “juntamente com políticas claras de formação de recursos humanos”.

Na linha pragmática defendida, Portugal definiu um “Compromisso para a Ciência e Conhecimento” onde consta a implementação de uma nova “Política Nacional de Ciência Aberta”, para o acesso e preservação de publicações e dados científicos resultantes de investigação financiada por fundos públicos.

São necessários esforços conjuntos a nível internacional para garantir plataformas digitais abertas, dado que só assim é possível que “os benefícios da Sociedade da Informação possam chegar a todos”, e melhorar a qualidade de vida, defendeu ainda Manuel Heitor.

Mas o Ministro alerta, também, para o caso do “aumento do uso de redes sociais combinadas com o aumento da interação homem-máquina”, só poder “efetivamente ajudar a construir sociedades baseadas no conhecimento se os recursos humanos qualificados compreenderem o impacto da tecnologia na sociedade, na indústria, nas organizações e nas empresas, e ajudarem a adaptar o comportamento e condutas das pessoas para uma sociedade verdadeiramente aberta”.

Manuel Heitor referiu que atualmente enfrentam-se novos mercados e o aumento de novas competências em TIC. Uma situação que exige formação de jovens e adultos numa ampla gama de competências, ou seja exige sistemas diversificados de educação a vários níveis.

Dada a evolução das TIC e do mercado, o Ministro destacou que o Governo Português aprovou a “Iniciativa Competências Digitais”, com o objetivo de formar 20 mil pessoas nas áreas de competências digitais, até 2020. O fortalecimento da educação não universitária e a melhoria dos processos de formação e ampliação de acesso ao ensino superior fazem parte desta política.

O Ministro disse, ainda, que Portugal “está a desenvolver uma nova ‘Iniciativa sobre Conhecimento para o Desenvolvimento – IkfD’, com base num conjunto de ações e medidas destinadas a ampliar a cooperação académica, científica e tecnológica com os países e regiões em desenvolvimento”, e em especial, a promover a investigação e a difusão de conhecimento entre os países de língua portuguesa.

O Fórum Mundial da Sociedade de Informação 2016 (WSIS, da sigla em inglês) reúne todos os anos a maior comunidade mundial ligada às “Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para o desenvolvimento”. É organizado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), a Organização da ONU sobre a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).