Turismo reforça laços familiares

Fazer turismo em família contribui para o reforço dos laços familiares e, por essa via, aumenta a coesão social, revela estudo desenvolvido na Universidade de Aveiro. O estudo conclui que é fundamental financiamento para programas de turismo social.

Joana Lima
Joana Lima. Foto: © DR

O turismo em família promove o bem-estar individual e o de toda a família. Estes benefícios são mais sentidos pelas famílias economicamente carenciadas. A conclusão é de uma investigação da Universidade de Aveiro (UA), no âmbito da tese de doutoramento em turismo de Joana Lima.

A investigação indica a UA, “procurou, pela primeira vez em Portugal, perceber a importância do turismo para famílias e, particularmente, para as famílias economicamente carenciadas”.

Dados do estudo indicam que “quase 30% das famílias da região centro (de Portugal) não fizeram turismo nos últimos quatro anos por questões económicas”. Em face da percentagem e dos benefícios associados ao turismo, o estudo considera importante que sejam financiados “programas de turismo social”.

“A prática de atividades turísticas, apesar de ser considerada um direito básico, de qualquer ser humano, na atualidade ainda não é uma prática acessível a todos os elementos da sociedade”, referiu Joana Lima.

Para o desenvolvimento do estudo a investigadora entrevistou 1165 famílias com filhos menores de idade dos concelhos de Aveiro, Covilhã, Fundão e Ílhavo.

De acordo com a investigação são as famílias sem meios económicos as que mais sentem que fazer turismo constitui uma oportunidade para o reforço dos laços familiares, referindo Joana Lima que as “oportunidades que, só por serem diferentes do habitual, promovem também o relaxamento e alívio do stress quotidiano”.

Em face dos constrangimentos económicos de muitas famílias “é fundamental apostar em iniciativas, como por exemplo, programas de turismo social, que diminuam as barreiras existentes a essa prática”.

O estudo de Joana Lima, indica a UA, defende que é “imperativo encontrar novas fontes de financiamento” e apela “à responsabilidade social das empresas da área do turismo e de outros setores para participarem (…) na promoção da inovação social no combate à exclusão social”.

Para a autora do estudo “o turismo em família tem um potencial extraordinário enquanto promotor de benefícios para os indivíduos e para as famílias, particularmente para as famílias economicamente carenciadas com filhos”.

“Acreditamos igualmente que a dinamização de Programas de Turismo Social contribuirá para a democratização da atividade turística e proporcionará retorno para a sociedade sob a forma de aumento da coesão social e valorização da função da Família na prossecução desse objetivo”, referiu Joana Lima, citada pela UA.