O pior cenário de fome está a desenrolar-se atualmente na Faixa de Gaza, alerta a parceria da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC, sigla em inglês) que inclui 21 organizações e instituições intergovernamentais. No seu relatório a IPC refere que “o conflito e a deslocação (da população) intensificaram, e o acesso a alimentos e outros itens e serviços essenciais caiu a níveis sem precedentes.”
Para a IPC “evidências crescentes mostram que a fome generalizada, a desnutrição e as doenças estão a causar um aumento nas mortes relacionadas à fome”, e que os “dados mais recentes indicam que os limiares de fome foram atingidos para o consumo de alimentos na maior parte da Faixa de Gaza (IPC AFI Fase 5) e para a desnutrição aguda na Cidade de Gaza.”
Como tem vindo a ser relatado por as mais diversas entidades “a desnutrição aumentou rapidamente na primeira quinzena de julho”, em que “mais de 20.000 crianças foram internadas para tratamento de desnutrição aguda entre abril e meados de julho, com mais de 3.000 delas gravemente desnutridas.”
Agências das Nações Unidas e os Hospitais em Gaza “relataram um rápido aumento nas mortes relacionadas à fome em crianças menores de cinco anos”,
“É preciso tomar medidas imediatas para pôr fim às hostilidades e permitir uma resposta humanitária desimpedida, em larga escala e que salve vidas. Este é o único caminho para impedir mais mortes e sofrimento humano catastrófico” concluiu a IPC.
A última análise da IPC publicada a 12 de maio de 2025 projetou que toda a população da Faixa de Gaza enfrentaria elevados níveis de insegurança alimentar aguda até setembro de 2025, incluindo que 500 mil pessoas em situação de catástrofe que é o nível mais elevado (IPC Fase 5), de extrema falta de alimentos, fome, miséria e morte.
No Norte e centro de Gaza e a zona de Rafah são atingidos níveis críticos, com mais de 70.000 casos de crianças com menos de cinco anos e 17.000 mulheres grávidas e lactantes a enfrentar malnutrição aguda em todo o território.














