A avaliação pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) do desempenho económico de Angola em 2024 é classificado como forte, com um o crescimento real do PIB a atingir os 4,4%, que o FMI indicou ter superado as expectativas.
O FMI indica que o crescimento foi impulsionado pela robusta produção de petróleo como pela revitalização das atividades do setor não petrolífero. Assim, o superávit da conta corrente subiu para 5,4% do PIB, e as reservas internacionais brutas aumentaram para 15,8 mil milhões de dólares, o equivalente a 7,7 meses de cobertura de importações. Números também atribuídos à recuperação das exportações de petróleo e à redução das importações.
A inflação, que se mantém ainda elevada em 19,5% em julho de 2025, diminuiu em relação a julho de 2024 que apresentava um máximo de 31,1%. O FMI prevê que a inflação continue a diminuir gradualmente a médio prazo.
Também a dívida pública/PIB caiu para 60% em 2024, que o FMI indica ter sido apoiada por um maior crescimento nominal do PIB e por superávits primários fiscais sustentados.
Mas, o FMI alerta que Angola enfrentou um declínio nas receitas do petróleo e um aperto nas condições financeiras externas no primeiro semestre de 2025. Com a posição fiscal a deteriorar-se, em consequência de preços mais baixos do petróleo e desafios na produção de petróleo, com o déficit fiscal geral projetado para aumentar para 2,8% do PIB em 2025, quando em 2024 se situou nos 1,0%.
Outro dos desafios de Angola é a pressão de financiamento de curto prazo que permanece elevada devido à considerável dívida externa com vencimento.
No entanto, o FMI espera que o crescimento de Angola possa desacelerar a curto prazo, devido a turbulências externas, mas também prevê que recupere para cerca de 3% a médio prazo, apoiado pelas reformas estruturais em curso e pelos esforços de diversificação das autoridades.
O FMI constatou que as autoridades Angolanas reconhecem a necessidade de ajustamento e mantêm o compromisso de uma gestão prudente da dívida, implementando medidas de mitigação de riscos para salvaguardar a trajetória rumo à estabilidade macroeconómica e ao crescimento sustentável.
A capacidade de pagamento de Angola é avaliada como adequada pelo FMI, no entanto, sujeita a riscos, que vêm aumentando desde o ano passado. Um cenário adverso, caracterizado por desafios persistentes na produção de petróleo e pressões crescentes sobre os preços do petróleo, poderão levar os indicadores de pagamento a enfraquecer e a elevar ainda mais os riscos para a capacidade de pagamento, indicou o FMI.














