O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, na sua consulta para Timor-Leste, que crescimento económico subiu para 4,1% em 2024, apoiado pela expansão fiscal e pelo forte crescimento do crédito.
Também verificou que a inflação em Timor-Leste caiu de 8,4% em 2023 para 2,1% em 2024, impulsionada pela moderação dos preços globais dos alimentos e pela reversão dos aumentos de impostos, e caiu em maio de 2025 ainda mais para -0,2% ao ano.
A projeção do FMI é de que o crescimento permaneça robusto, em 3,9%, em 2025, apoiado por um forte impulso fiscal e pelo rápido crescimento contínuo do crédito. Em 2026, espera-se que o crescimento diminua para 3,3%, à medida que a adesão à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) começa a sustentar o crescimento por meio de maiores fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e exportações não petrolíferas, mas será mais do que compensado pela esperada desaceleração da política fiscal.
Para o FMI a inflação deverá aumentar modestamente no segundo semestre do ano – com média de 0,9% em 2025 e 1,8% em 2026 – à medida que os preços globais dos alimentos sobem. Os riscos para as perspetivas são equilibrados.
Avaliação do Conselho Executivo do FMI
Para o Conselho Executivo o crescimento deverá permanecer robusto em 2025 e a inflação deverá permanecer contida, com riscos equilibrados para as perspetivas de médio prazo. No entanto, considerando a cessação da produção de petróleo em 2025 e os substanciais desequilíbrios fiscais e externos, apontam para a importância da consolidação fiscal gradual e de reformas estruturais que impulsionem o crescimento, a fim de evitar o esgotamento do Fundo Petrolífero, garantir a sustentabilidade fiscal e externa e promover a necessária diversificação económica.
Um passo considerado importante foi a adesão de Timor-Leste à Organização Mundial do Comércio (OMC) e a sua futura adesão à ASEAN. Ações que deverão impulsionar o comércio e atrair mais investimento estrangeiro.
O Conselho Executivo também concordou que a melhoria da composição e da qualidade dos gastos públicos e o aumento gradual da mobilização de receitas são necessários para apoiar os esforços de consolidação fiscal. O Conselho Executivo também considerou positivas as iniciativas recentes para restringir os gastos recorrentes e incentivaram novos esforços para reduzir as transferências não direcionadas e conter a massa salarial pública, priorizando, ao mesmo tempo, os investimentos em capital humano e projetos de capital de alta qualidade.
Entre outras medidas consideradas de grande importância estão os planos para a implementação do IVA até 2027 e os esforços para fortalecer a administração e o cumprimento das obrigações tributárias.
Ao observar as perspetivas oferecidas pelo campo de gás Greater Sunrise, O Conselho Executivo aconselha uma gestão cuidadosa dos riscos associados ao seu desenvolvimento.
Mas, também incentiva a implementação integral das reformas em curso na gestão das finanças públicas e nas compras públicas para melhorar a disciplina orçamentária e a eficiência dos gastos.
Mas o Conselho Executivo também observa que o sistema financeiro permanece superficial, apesar do forte crescimento do crédito nos últimos anos, au mesmo tempo consideram boas as reformas legais em curso no setor financeiro e apontam para a necessidade da aceleração da emissão de títulos de propriedade e o desenvolvimento de uma identidade digital nacional para abordar os impedimentos estruturais ao crédito e apoiar o crescimento.
Embora os riscos sistêmicos permaneçam limitados, o Conselho Executivo pediu monitoramento e supervisão rigorosos do setor financeiro, dado o rápido crescimento do crédito. Assim, considera também importante que devem ser corrigidas as deficiências da estrutura de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
Para o Conselho Consultivo o avanço das reformas estruturais é crucial para impulsionar o desenvolvimento do setor privado, reforçar a inclusão financeira e apoiar o crescimento sustentável.
Neste sentido incentivam as autoridades a prosseguirem os esforços em curso para fortalecer a governança e o Estado de Direito, e indicaram que o desenvolvimento do capital humano, inclusive através do fortalecimento da formação profissional, poderá ajudar Timor-Leste a desbloquear seu amplo dividendo demográfico.
O Conselho Consultivo do FMI elogiou os projetos de desenvolvimento de capacidade em curso e observou que o envolvimento contínuo com o Fundo ajudaria a apoiar a agenda de reformas de Timor-Leste.
