Só uma abordagem de Saúde Única pode combater os riscos do aumento de doenças infeciosas

Só uma abordagem de Saúde Única pode combater os riscos do aumento de doenças infeciosas. Olivér Várhelyi, Foto; © UE

No Dia Mundial da Saúde Única, que se assinala a 3 de novembro, é tempo para uma reflexão que leve a um compromisso para enfrentar as diversas ameaças multifatoriais numa abordagem de Saúde Única, dado que a saúde dos humanos, bem como, de todos os outros animais, plantas e do ambiente é interdependente.

Ao aplicar a perspetiva da Saúde Única, os especialistas de diversos setores e políticas consideram todos os aspetos do ecossistema ao identificar, prevenir e monitorizar as ameaças à saúde. Esta abordagem orienta as ações numa vasta gama de temas, desde as doenças zoonóticas e a segurança alimentar até aos riscos para a saúde relacionados com o clima.

Como refere o Comissário Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar, Oliver Varhelyi, “a luta contra a resistência antimicrobiana é um exemplo claro de como a Saúde Única pode salvar vidas e dinheiro, dado que a resistência antimicrobiana causa atualmente 35.000 mortes e custa aos países europeus do Espaço Económico Europeu cerca de 11,7 mil milhões de euros anualmente.”

Para combater a resistência antimicrobiana, estão a ser utilizados todos os antimicrobianos de forma prudente através da revisão contínua da legislação farmacêutica, au mesmo tempo que os cientistas estão a trabalhar para desenvolver novos antimicrobianos.

Estamos também a apoiar os Estados-Membros com 50 milhões de euros para atingir as metas de redução da utilização de antimicrobianos, conforme estabelecido pela Recomendação do Conselho de 2023. Além disso, atuamos a nível internacional, coordenando a Rede Única de Saúde para a Resistência Antimicrobiana, onde os Estados-Membros e as partes interessadas partilham boas práticas e ideias inovadoras para acelerar o combate à resistência antimicrobiana”, afirmou o Comissário.

É conhecido que a inovação é fundamental para o sucesso na proteção da saúde, assume Oliver Varhelyi, referindo que “75% das doenças infeciosas emergentes são de origem animal, e as evidências mostram que o investimento na prevenção com base na abordagem “Uma Só Saúde” trará agora benefícios futuros, com estimativas de que a melhoria da biossegurança nas explorações agrícolas e a melhoria dos padrões veterinários custarão menos de 1% do que foi gasto no combate à pandemia de COVID-19.”

Com o desenvolvimento de novos antibióticos, e mais eficazes, bem como, “ao garantir soluções distintas para uso humano e animal e, sempre que possível, substituí-los por outras medidas preventivas, como as vacinas, ajudaremos a preservar a eficácia dos tratamentos existentes e a nossa capacidade de prevenir e controlar futuras ameaças à saúde”, afirmou o Comissário.

Oliver Varhelyi, conclui a declaração, referindo que “nos últimos anos, temos observado como as alterações climáticas estão também a provocar a propagação mais rápida de doenças infeciosas. Com padrões climáticos mais variáveis, verificou-se um aumento de doenças infeciosas e transmitidas por vetores, como a dengue, a doença de Lyme, o vírus do Nilo Ocidental, a chikungunya, o Zika e a febre hemorrágica da Crimeia-Congo.”