A BMW assume na sua comunicação institucional a nova serie 3 como um modelo que “define a inovação, funcionalidade e dinâmica desportiva na perfeição”. E, também por isso era relevante aceitar o convite da Caetano Baviera no Parque das Nações para perceber os motivos desta frase.
Nesta que é a sua sétima geração, a marca mantém o design que a define, o duplo rim à frente, mais sobredimensionado, linhas definidas e harmoniosas e não cede em ângulos e formas que, muitas vezes, bonitos nos primeiros tempos, cedo cansam o consumidor. Esta é uma realidade típica da armada (premium) alemã e todas as marcas não cedem neste ponto.

E a BMW também sabia que mesmo com a conquista do mercado pelo serie 4, muitos dos clientes se mantêm fieis aquele que foi durante anos o seu maior catalisador de vendas e daí, mesmo tentando diferenciar-se da restante gama, mantém o estilo – e beleza que sempre o caracterizaram – sendo que neste modelo não surgem as saídas de ar atrás da cava das rodas dianteira típicas dos modelos bávaros. A linha de cintura está também mais bem posicionada proporcionando um movimento desportivo e musculado da Touring. Atrás, surgem as renovadas óticas horizontais mais esguias e escurecidas que lhe conferem elegância e dinamismo.

Acedendo ao habitáculo deparamos-nos com um fio de luz no tablier que percorre as portas em cor branca – com as portas abertas muda para vermelho. E o interior, para quem conhece a marca, não mudou. Sabemos que estamos num BMW, pelo modo como parte do habitáculo continua + direcionado para o condutor e, por um detalhe, que pode parecer estranho, mas que é o odor. Cada marca tem o seu odor característico, na mistura da pele e dos plásticos e aqui mantém-se, numa agradabilidade que pessoalmente elogio. O painel de instrumentos (nesta versão) é digital, bem como o ecrã central (quase totalmente enquadrado no tablier). Uma das perguntas que se pode colocar é qual a preferência do painel de instrumentos: analógico ou digital? Além do custo, será sempre uma opção muito pessoal a escolha. A posição de condução é excelente, os bancos acolhem-nos na posição correta e é possível ajustar a envolvência do banco de modo elétrico. Na consola central temos variados botões – start, start-stop,, modo de condução sport, confort e eco, além do idrive e botões associados ao mesmo. O volante de excelente tacto e pega contém os tradicionais botões que qualquer veículo hoje incorpora no volante. Em termos de usabilidade quase todos “caem junto ao dedo” de modo intuitivo e, mais uma vez aqui a marca tentou, em minha opinião, conjugar o cliente tradicional do série 3, habituado a uma determinada disposição interior e o “novo” cliente da gama.

Atrás, o espaço é ajustado e suficiente para 4 adultos (ou 5 contando que tem o túnel de transmissão) – o sistema de regulação de temperatura está presente com a capacidade da bagageira plana de 480 litros.
Com uma distância entre eixos superior à anterior geração – que lhe garante também uma desafogada habitualidade, um chassis mais rígido e uma maior largura de vias, o BMW revela tudo aquilo que me recordo da BMW: envolvência nas curvas, comportamento rigoroso, rígido q.b. (como todos os alemães) mas confortável, numa simbiose que se saúda nos modelos alemães, onde somente em pisos degradados o conforto se ressente muito ligeiramente.

Os consumos foram de facto superiores aos da marca, rondando os 7,8l sem preocupação em economizar mas depois quis testar o automóvel, à noite com temperatura a rondar os 12º e a media a 90km/hora foi de 4,6l e a 83km/hora ainda foi mais baixa.
Em resumo, a marca conseguiu nesta geração do 3 melhorar fatores objetivos (aumento do espaço interior, melhoria do comportamento, do design, ainda mais qualidade dos materiais e da montagem, dotação das mais recentes inovações da marca) e outros decorrentes da sua própria estratégia de segmentação do mercado (e entrada em cena do Série 4), com um motor com 190cv, dócil quando quer e que surpreende quando é necessário, com uma caixa automática de dupla embraiagem em que nada se pode apontar de errado (além do modo sequencial, a viatura de ensaio possuía patilhas no volante que, confesso, raras vezes utilizei, devido ao modo como a correta parametrização da caixa “casava” com o motor)
Versão ensaiada apresenta PVP: desde 52,814.50€ até 66.743,05€ da versão ensaiada (inclui também bancos parcialmente em pele, caixa automática, teto de abrir, sistema de navegação, entre outros equipamentos opcionais).
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