Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line

Dotado dos modernos sistemas de ajuda à condução, um potente motor, suspensão adequada e interior confortável são algumas das caraterísticas que Jorge Farromba cita, neste seu artigo de ensaio, do novo Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line.

Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line
Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line. Foto: DR

No início de 1980 foi lançado o Renault 5 e, em 1987 surge a segunda fase do mesmo modelo com o Renault 5 GT Turbo com 120cv e motor 1.4. Volvidos todos estes anos surge um aprimorado Clio com um motor mais curto – 1.3 – e com 130cv. E não é um acaso que começo o artigo por esta introdução pois é demonstrativo da evolução dos motores mas também do Clio que fomos ensaiar.

Neste Clio, sucessor do Renault 5, este possui três modos de condução Multi-sense, eco… e sport. E, se nos modos “normais” a sua resposta e desenvoltura já se notam, quando mudamos para sport – o escape também nos faz lembrar que temos algo mais debaixo do pé – percebemos a rapidez com que tudo se processa, com muitos cavalos que o eixo dianteiro tenta explorar, com uma dinâmica mais incisiva da direção e uma resposta pronta do acelerador, empurrada por um motor sempre muito disponível.

Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line
Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line. Foto: DR

Nota-se neste modelo que o comportamento foi refinado e trabalhado na Renault, a entrada em curva é hoje mais precisa que no modelo anterior (os bancos com excelente apoio lateral ajudam a conter os exageros na condução) e a suspensão digere bem a resposta do motor (assim como o conforto) e, quando exageramos temos a eletrónica para resolver a situação.

É verdade! Com tudo isto nem me lembrei de falar da estética, do interior e dos materiais. Vamos a isto!

Mesmo com a crescente moda dos SUV, o Clio ainda continua a ser o modelo mais vendido em Portugal com mais de 10.000 unidades vendidas e com uma aproximação clara do Captur numa terceira posição com 7.000 unidades, sendo que esta atualização vem dar um novo fôlego ao modelo e à marca. E, com justiça podemos afirmar que a Renault soube manter a identidade do modelo, atualizá-lo nos detalhes que marcam a nova identidade da marca. Uma grelha pronunciada, para-choques “robustos”, entradas de ar inferiores, vários frisos a emoldurar o Clio, moldura luminosa em led e, na traseira, uns faróis horizontais que “casam” muito bem com uma personalidade mais dinâmica e desportiva que se tentou passar neste novo modelo. Ah! Aqui a ponteira de escape não é apontamento estético, com o ruído emanado a convidar a “puxar” pelo Clio.

Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line
Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line. Foto: DR

Se o exterior está hoje alinhado com o mercado automóvel, o interior é espaçoso para 4 pessoas – na traseira não precisamos encolher as pernas – mas é nos bancos da frente que sentimos as maiores diferenças. As bacquets possuem excelente apoio lateral e não roubam espaço interior. Percebe-se um incremento da qualidade dos materiais, nos vários plásticos moles dispersos pelo painel de bordo e portas dianteiras, na inclusão do painel de instrumentos digital com 10 polegadas e sistema de navegação e no novo ecrã central multimédia com 9.3 polegadas em posição vertical e que faz recordar um tablet. Evidência para uma melhoria da segurança na utilização deste ecrã pois o mesmo fica ao nível da posição dos olhos e não abaixo da linha da estrada.

Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line
Renault Clio 1.3 TCE 130cv RS Line. Foto: DR

O modelo possui vários sistemas de ajuda à condução que o tornam bastante mais seguro – uma clara tendência das marcas, em todos os segmentos onde possuem automóveis – que se saúda e onde será interessante perceber se em 2020 o numero de acidentes na estradas irá diminuir, dado que todos estes sistemas evidenciam uma clara melhoria da segurança na estrada, como o aviso de saída de faixa de rodagem, alerta de colisão com o veículo da frente, sistema de alerta de viatura no ângulo morto, cruise control inteligente com distância fixa para o veículo da frente, sistema de mãos livres, etc.

Por fim uma referência ao consumo que se situou nos 6.3 litros de média. Em resumo, a Renault soube manter a identidade do modelo, acrescentar-lhe valor, melhorar os pontos menos favoráveis e alavancar outros (como p.ex a qualidade dos materiais e a qualidade de vida a bordo) por forma a mantê-lo na lista de viaturas mais vendidas por mais anos. Refira-se que os concorrentes neste segmento surgem na terceira posição – Captur – e na quinta posição (Citroen C3 com metade de unidades vendidas face ao Clio – 5.700).

Uma referência para a caixa automática EDC de 7 velocidades, que explora muito bem as capacidades do motor e para as patilhas no volante que convidam a ritmos mais desportivos, quando necessário.

Preço base 23.900€ a que se juntam outros elementos na unidade ensaiada como pintura metalizada, pack de câmaras, entre outros que elevam o preço para os 26.500€