Toyota Camry 2.5 em análise

O Camry é herdeiro de modelos da marca que marcaram os condutores pela qualidade e modernidade. Jorge Farromba dá-nos uma visão sobre o percurso feito até ao Camry e deste faz uma descrição que deve ser tida em conta num mercado de opções.

Toyota Camry 2.5 em análise
Toyota Camry 2.5 em análise. Foto: DR

O Camry surge inicialmente em 1980 como Celica Camry com tração traseira e motor dianteiro, ganhando mais tarde o “estatuto” de independente, com o modelo Camry, sendo este também um world car como o Corolla e alterando a tração para a dianteira. Nas várias evoluções que sempre foi tendo, terminou na atual com tração e motor dianteiro, a gasolina, sistema híbrido e como topo de gama da marca Toyota.

Sabemos que todas as marcas automóveis tendem algumas vezes a experienciar alargar o seu segmento de mercado, desbravando novos caminhos – e é uma opção correta – para, com isso, encontrar novos seguidores da marca. Essas soluções podem dar ou não resultado, mas o importante é a marca manter a sua identidade. E a Toyota fez esse percurso com o Auris (um modelo para um segmento mais jovem) e o Avensis (fabricado na Europa ao gosto do consumidor do velho continente). Depois do fecho de produção do Avensis, a marca foi buscar um modelo que antes existia e fabricado no Japão (o Avensis era fabricado no continente europeu) e torna-o o seu porta-estandarte.

Se antes a marca se posicionava no segmento mais tradicional em termos de design, nos novos modelos soube inovar e criar produtos adaptados em jovialidade, arrojo e desportividade para o público atual. E o Camry tem esse mesmo foco. Numa plataforma que também é utilizada pelo Prius, CH-R e RAV4, é fácil olhar para o Toyota e ver ali uma estética até algo similar ao Lexus, um desenho com formas variadas que o fazem sobressair no trânsito ou na estrada, com o recurso a formas estilizadas, aos cromados, a luzes LED, aliando nas formas da carroçaria a desportividade com a robustez. Não é um automóvel que se fica indiferente no exterior. Também não é um acaso mas as cores castanho e bronze escolhidas ajudam a essa perceção – cada vez mais existe muita tecnologia no automóvel mas também muito marketing.

No interior, a primeira impressão é que o Camry é mesmo grande. Os bancos são confortáveis e acolhem-nos bem, com as suas múltiplas regulações elétricas, o que, com o volante elétrico de boa pega nos ajuda a facilmente encontrarmos a posição de condução ideal. Seguindo a tónica atual o Camry possui um grande ecrã central onde concentra parte da informação do modelo, sendo que existem outros botões na consola central para funções específicas. Atrás, o espaço é amplo e desafogado para 3 pessoas. A bagageira serve o propósito para 5 ocupantes.

Nesta geração a marca integra a tecnologia híbrida no seu motor 2.5 de 218cv de potência combinada e a transmissão é de variação contínua (o ruído do motor na posição sport cativa) com a tecnologia Sequential Shiftmatic que simula passagens de caixa, no seletor da caixa de velocidades.

As impressões que ficam nos vários cenários que percorremos é que se trata de um veículo que “casa” bem os CV que o eixo da frente transporta com o compromisso entre conforto e comportamento, numa condução muito fluída e sobretudo com uma direção que se saúda pela sua precisão e leitura da estrada.

Com uma dimensão elevada, a mesma não influi na perceção que temos de constrangimentos na utilização do modelo em estradas mais estreitas, nem do comprimento que ainda está atras do condutor. Nas várias interações com o Camry, utilizou-se sobretudo a opção Sport e nessa, a leitura que é transmitida é sempre de resposta imediata e desportiva – ajudada pelo agradável ruído do motor.

Exigindo muito do Camry foi possível gastar um pouco mais de 8.5l/100kms, sendo que a inteligência do sistema híbrido concorreu também para este valor pouco exagerado de consumo. Em utilização normal, a média final foi de 6,6l/100km a gasolina.

Em resumo, a estratégia da marca em lançar o Camry parece ser acertada (e mesmo a sua aposta no mercado das frotas de empresas com valores de 35.000€). Num mercado como o atual onde, neste segmento existe variada oferta cimentada no mercado, a Toyota teria de se apresentar com um produto jovem e menos tradicional que o seu antecessor, com soluções diferenciadoras como o seu sistema híbrido, com a (tradicional) qualidade da montagem dos seus produtos, a fiabilidade que é uma das suas bandeiras e os custos de manutenção reduzidos. Uma nota que às vezes importa mencionar foi que a sessão fotográfica aconteceu em Palmela e obrigou a utilizar estradas em paralelepípedo, uma tormenta para os ruídos parasitas e, que aqui, não se ouviram.

Alguns dos sistemas de segurança presentes: alerta de ângulo morto, sistema de deteção traseira, sensores de estacionamento inteligentes (frente e trás) com travagem automática, aviso de saída de faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, etc.

Um detalhe curioso para o sistema de AC do Camry que utiliza uma tecnologia de limpeza do ar denominada nanoe da Panasonic que inibe 99,9% de certos vírus, bactérias, mofo e alergénios, e que ajuda … a hidratar pele (FCG Research Institute Inc. Informe n.º 19104) numa atmosfera refrescante e semelhante a uma floresta, em estudo comprovados em universidades e instituições de investigações

Preço final entre 43.990€ e 49.690€ com uma garantia de 7 anos e de 10 anos para as baterias