Volvo XC40 T3

O VOLVO XC40 segue a linha dos SUV da marca, mas a evolução dos recursos digitais introduz caraterísticas de outros modelos. Jorge Farromba descreve alguns dos pormenores do XC40 T3, bem como o comportamento em vários trilhos.

Volvo XC40 T3
Volvo XC40 T3. Foto: DR

O ensaio do Volvo XC40 T3 163cv Manual 6 Vel. FWD 3 Cilindros binário 265 Nm at 1500 rpm, 1477 cm3 decorreu em Portugal, mas o artigo foi escrito em Berlim e vai contextualizar o presente texto.

Não é uma novidade o cuidado que a marca sueca sempre colocou nos seus produtos, seja no campo da estética mas sobretudo no da segurança e, por tal motivo, este modelo em particular já foi merecedor de louvados elogios e prémios em ambos os capítulos.

Ciente que uma marca atualmente só se diferencia pela sua identidade e autenticidade, a Volvo criou essa “história” no seu modelo XC90 que decalcou para as gamas inferiores dos seus SUV.

Esteticamente o XC40 apresenta a silhueta característica dos SUV da marca numa frente com os faróis led e o martelo de Thor como imagem, num desenho elegante e minimalista (e porque não, até mais funcional). Lateralmente, mantém o desenho simples e funcional com o lettering identificativo do XC40 e finalmente a traseira surge como o elemento mais diferenciador face aos restantes XC onde o “corte” da traseira é mais vertical!

Continua também a moda no setor automóvel dos vários frisos metálicos por todo o exterior, das saídas duplas (umas vezes verdadeiras outras não) e o XC40 não foge à regra. Em resumo, a estética exterior convence e conquista seguidores com uma imagem de robustez e dinamismo.

Volvo XC40 T3
Volvo XC40 T3. Foto: DR

O interior segue a bitola da Volvo: a elegância do interior, a qualidade dos materiais e o foco nos detalhes. O painel de instrumentos totalmente digital mantém a sobriedade dos instrumentos sem aqueles toques futuristas que algumas marcas ostentam e que rapidamente se desatualizam. A intemporalidade mantém-se num tablier simples, minimalista (creio já ter falado nisto!), com bom nível de qualidade de construção, “clean” (sem formas, desenhos… ao melhor estilo alemão), só quebrado pelo intuitivo painel central ao melhor estilo TESLA e onde comporta quase todas as funcionalidades do XC40 (estranha-se o modo de condução estar fora deste painel e necessitar de um botão no tablier). O espaço interior é muito interessante para 4 ocupantes e o “lugar da sogra” só serve para viagens curtas. Os bancos dianteiros convencem pela solidez do conjunto e sobretudo pelo apoio lombar e conforto proporcionado.

Em termos dinâmicos, o XC40 levou-nos à Serra da Estrela e à Pousada da Juventude e, num trajeto que teve cidade, estrada, auto-estrada e estrada de montanha ficam as seguintes notas: modelo que fruto da capacidade do seu motor e binário permite grandes viagens com conforto, pouco ruído aerodinâmico, direção precisa e comunicativa (melhoria face aos anteriores modelos), caixa precisa e chassis bastante rígido. Ainda na parte dinâmica sobressaem dois pontos: a pouca necessidade do uso da caixa de velocidades (foi possível subir a Serra da Estrela em terceira velocidade e algumas vezes na quarta velocidade) e os consumos que se situaram sempre entre os 7,8 e os 9 litros (na serra e em cidade).

Volvo XC40 T3
Volvo XC40 T3. Foto: DR

Então e porquê a referência a Berlim? Numa enorme cidade como esta, a organização, o civismo, pouco trânsito (fluído) são importantes a par com uma marca da cidade na mobilidade por via de bicicletas e trotinetes (num sistema bem organizado e distinto de Lisboa) e onde as marcas automóveis que dominam a cidade são a BMW, VW (e associadas do grupo) e MERCEDES fomentada também numa aposta do Estado na sua produção interna, como também na utilização massificada de viaturas elétricas e híbridas e nas de combustão interna a gasolina. Este último fator a par dos restantes enumerados torna Berlim numa cidade silenciosa – bem distinta de Lisboa – onde nem as viaturas de emergência usam as sirenes (somente luzes de emergência), local onde este Volvo a gasolina se sentiria “como peixe na água”

Em conclusão e segundo as estatísticas, cada vez mais as marcas automóveis em Portugal comercializam um maior número de viaturas a gasolina em detrimento de viaturas a diesel. A Volvo está de parabéns pelo modo como soube manter-se no mercado após a sua compra pela Geely mantendo a identidade da marca e o legado que construiu, encapsulado num produto de qualidade e esteticamente atraente. Preço final 43.000€