Obesidade aumenta nas mulheres nos EUA

Obesidade aumentou nas mulheres nos Estados Unidos da América, mas o mesmo não se verificou nos homens. Nos fumadores e nas pessoas com maior escolaridade a prevalência da obesidade é relativamente menor, indica estudo recente.

Obesidade aumenta nas mulheres americanas. Foto: Rosa Pinto

A prevalência da obesidade entre 2013 e 2014 foi de 35% nos homens e 40% nas mulheres, e entre 2005 e 2014, houve um aumento na prevalência nas mulheres, mas não nos homens, de acordo com um estudo publicado na revista JAMA .

Entre 1980 e 2000, a prevalência da obesidade aumentou significativamente entre homens e mulheres adultos nos Estados Unidos. Entre 2003 e 2004 verificaram-se aumentos significativos nos homens, mas não nas mulheres.

Comparando os dados de 2003 a 2004 e dados de 2011 a 2012 verificou-se não haver aumentos significativos de obesidade nos homens ou nas mulheres.

Katherine M. Flegal, do Centro Nacional para Estatísticas de Saúde, Centros para Controle e Prevenção de Doenças, Hyattsville, EUA, e outros investigadores examinaram a prevalência da obesidade entre 2013 e 2014 e as tendências ao longo da década de 2005 a 2014, tendo em conta o sexo, idade, raça/origem hispânica, tabagismo e a educação.

Os investigadores analisaram dados obtidos a partir da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um levantamento transversal, nacionalmente representativo, de saúde da população civil dos EUA que inclui medidas de peso e altura.

Para obter uma compreensão mais abrangente das tendências da obesidade, os investigadores procederam à análise de dados de 2.638 homens com uma média de idade de 47 anos e 2.817 mulheres com uma média de 48 anos, de 2013 e 2014.

Analisaram, também, dados de 21.013 participantes em investigações anteriores do NHANES, referentes aos anos de 2005 a 2012.

Para o período de 2013-2014, os investigadores verificaram que a prevalência global ajustada por idade e obesidade (índice de massa corporal de 30 ou maior) foi de 38%. Nos homens situava-se nos 35% e nas mulheres o valor subia para os 40%.

A prevalência correspondente da classe 3 (índice de massa corporal de 40 ou maior) da obesidade geral foi de 7,7%. Nos homens situava-se nos 5,5% e nas mulheres o valor subia para os 9,9%.

Os investigadores verificaram que ao longo da década de 2005 a 2014, numa análise ajustada para idade, raça/origem hispânica, tabagismo e educação, existiu um aumento de tendência linear nas mulheres para a obesidade geral e para a obesidade de classe 3 . O mesmo não verificou nos homens.

O estudo concluiu que, pela análise dos dados de 2013 e 2014, a obesidade nos homens variou de acordo com a situação de fumador ou não fumador, verificando-se uma menor prevalência da obesidade entre os fumadores do que entre os que nunca fumaram. No caso das mulheres a condição de tabagismo não tinha qualquer efeito na obesidade.

Analisada a situação da obesidade por níveis de ensino, os investigadores verificaram que as pessoas com educação, além do ensino médio, eram significativamente menos propensos a ser obesos.

Investigadores envolvidos no estudo consideram ter havido especulação sobre as causas dos aumentos na prevalência da obesidade, mas indicam que faltam dados que mostrem as causas destas tendências, e que há poucos dados que indiquem se estas tendências podem evoluir, isto é, se vão no sentido de acelerar, parar ou diminuir a prevalência da obesidade.